Sábado, 31 de Maio de 2014

Mundos de Vida - Nós podemos

Crianças

 

NÓS PODEMOS!

 

O que não podemos é ficar indiferentes perante as desculpas que são dadas, há 22 anos, pelos organismos nacionais, para justificar a realidade em que vivem milhares de “crianças invisíveis”, em Portugal. 


Na realidade, 8.142 crianças, no nosso país, vivem em instituições, representando mais de 95% das crianças separadas dos seus pais.

 

Com um povo tão solidário como o português, nós podemos fazer tão bem ou melhor do que os outros países europeus, onde a solução para essas crianças é maioritariamente o acolhimento familiar, enquanto não podem regressar aos seus pais ou ser adotadas.

 

A situação destas milhares de crianças, de quem quase ninguém fala, mancha a imagem de Portugal.

 

A própria Comissão Europeia fez uma recomendação, onde pede a Portugal para diminuir a institucionalização de crianças e promover o acolhimento familiar.

 

RECOMENDAÇÃO DA COMISSÃO EUROPEIA A PORTUGAL
(Publicada no Jornal Oficial das Comunidades)
em 20 de fevereiro de 2013

 

DIZ O SEGUINTE:

 

“Fazer com que a pobreza NUNCA SEJA a única justificação para subtrair uma criança à sua família; procurar fazer com que as crianças possam permanecer junto dos pais, ou regressar para junto deles, ao suprir, por exemplo, as carências materiais da família";

 

"Prever filtros adequados com o objetivo de EVITAR CONFIAR crianças a instituições e prever o reexame regular dos casos de institucionalização";

"PÔR TERMO à multiplicação das instituições destinadas a crianças privadas de cuidados parentais, privilegiando soluções de qualidade no âmbito de estruturas de proximidade e junto de famílias de acolhimento, tendo em conta a voz das crianças".

 

Faça parte da causa: “Uma criança tem direito a crescer numa família”, ajudando a MUNDOS DE VIDA a continuar a alargar o seu programa de acolhimento familiar PROCURAM-SE ABRAÇOS”. 


Este ano, estamos a trabalhar em 11 concelhos dos distritos de Braga e do Porto mas queremos chegar mais longe.


Ate hoje, já acolhemos mais de 90 crianças em famílias de acolhimento de qualidade (que gostam de educar crianças, positivas, com sentido de humor, estáveis e que sabem respeitar a história da criança, olhando para o futuro). Precisamos de mais.

 

Passo a passo, família a família, criança a criança, abraço a abraço, vamos, com a sua ajuda (falando e agindo por esta causa), mudar a realidade e fazer a diferença na vida das crianças do nosso país.

 

www.mundosdevida.pt 


mundosdevida@mundosdevida.pt

publicado por Jorge Soares às 22:29
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Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2013

De que lado está? Saber e ter opinião, faz a diferença...

Milu

 

Sou a MILU. Tenho 6 anos.
Por mim, é capaz de ler este texto?
De que lado está? Saber e ter opinião, faz a diferença...

Em Portugal, 8.142 crianças vivem em instituições.


Os responsáveis pela proteção da infância, ao longo de mais de 20 anos, encontraram sempre “boas” razões (e desculpas) para não promover uma mudança efetiva. 


A situação portuguesa é anacrónica mas também triste, uma vez que parece mostrar um país menos humano, quando, pelo contrário, somos um dos povos mais fraternos e solidários do mundo.


Tudo porque, na realidade, ao sistema de proteção da infância português, falta compromisso. 


Um compromisso claro, decidido e firme para uma progressiva diminuição das crianças que vivem em instituições, com prazos estabelecidos, e começando logo pelos mais pequenos. 


Num país tão solidário como Portugal, não é certamente por falta de famílias que nenhuma criança pelo menos até aos três anos de idade, teria de passar uma única noite num centro de acolhimento, se houvesse um programa efetivo de acolhimento familiar a funcionar, por todo o país. 
Famílias com vontade de ajudar existem, mas é preciso querer e saber procurá-las, cativá-las, prepará-las, apoiá-las e fazer com que a sua experiência seja positiva. Para as crianças implicadas, com certeza será.


A experiência da Mundos de Vida, à semelhança do que se faz noutros países, prova que é possível. Em poucos anos, através do nosso programa especializado de acolhimento familiar “Procuram-se Abraços”, em cooperação com a Segurança Social, encontramos e formamos 98 famílias de acolhimento de qualidade que já acolheram 72 crianças, num ambiente familiar, em dez concelhos dos distritos do Porto e de Braga. Estas crianças e adolescentes não precisaram de ser institucionalizadas. Queremos alargar e continuar com a nossa missão.


Mas o sistema de proteção português, continua a assentar, quase em exclusivo, na institucionalização e, apesar do discurso bem-intencionado que já tem 22 anos, parece estar conformado com o estado das coisas (a primeira Lei sobre acolhimento familiar é de 1992 mas, na prática, não foi aplicada até hoje, em muitas partes do país).


Na realidade, em Portugal, 95% das crianças separadas dos seus pais vivem em instituições (de um total de 8.557 crianças). É uma situação sem paralelo nos países desenvolvidos da Europa. No nosso país, apenas 5% das crianças vivem em famílias de acolhimento quando, por exemplo, em França, são 62% as crianças que vivem com uma família e, em Inglaterra, o número sobe para 75%.


Jesus Palácios, um dos maiores especialistas europeus, chama às crianças que vivem em instituições: "as crianças invisíveis" e afirma que, ali, passam muitos anos da sua infância e adolescência. E, quanto mais tempo, as crianças passam nos centros de acolhimento, mais difícil é encontrar-lhes uma alternativa familiar e mais danos acumulam. Infelizmente, são muitas as que acabam por permanecer institucionalizadas durante boa parte da sua infância.


Diz também Jesus Palácios, quando a criança se encontra numa situação de risco grave, o Estado tem o dever de a proteger. Em alguns casos, a proteção pode implicar separar o menor da sua família temporariamente ou permanentemente. A lei e as boas práticas internacionais, estabelecem que quando um menor tem de ser retirado da sua família por razões de dificuldade social grave, a alternativa prioritária deveria ser colocar a criança a viver noutra família, seja de acolhimento ou de adoção, conforme cada caso. Ambas as famílias são valiosas e devem ser socialmente reconhecidas. A família de acolhimento cuida de uma criança, em sua casa, temporariamente, até que possa voltar para junto dos seus pais ou ser maior e autónoma. Uma família de adoção passa a assumir a criança como seu filho, quando os laços se quebraram em definitivo com os seus pais ou familiares. São famílias diferentes, para situações diferentes, mas ambas preciosas.


Existe, hoje, uma clara evidência científica que expõe as graves desvantagens da institucionalização. Muito embora as instituições para crianças sejam cada vez melhores (nós também temos dois pequenos centros de acolhimento), não é menos verdade, que continuam a ser instituições. 
Nós, os humanos, somos feitos de uma matéria em que na infância, necessitamos de dedicação individualizada, de compromisso pessoal, e da presença, a toda a hora, de uma figura de apego que nos acarinhe e nos ame. 


Por isso, é lógico que a lei deva dar clara prioridade às alternativas familiares em detrimento das institucionais, como melhor resposta ao superior interesse da criança.


Se é melhor, na maioria dos casos, para uma criança viver num ambiente familiar, então, somos levados a pensar que o melhor (acolhimento familiar ou adoção) deve ser muito mais caro do que o menos desejável (a institucionalização). E, por isso, é que, em Portugal, a maioria das crianças vive em instituições. 


Será? 


É justamente o contrário. 


Uma criança que viva com uma família de acolhimento custa menos de metade ao Estado do que um menor que está colocado num centro de acolhimento. Para além de não ser necessário investir em estruturas residenciais dispendiosas, pois a família de acolhimento quando acolhe uma criança oferece a sua casa.


Por tudo isso, não é muito compreensível que não exista, ainda no nosso país, um programa claro para modificar este estado de coisas. Se é melhor para uma criança e também mais económico para o Estado, porque é que 95% das crianças vivem em instituições? 


A literatura científica diz que, no passado, aconteceu o mesmo noutros países. A única justificação é que é mais difícil organizar um sistema com base em famílias de acolhimento. 


Se os outros países conseguiram, não poderemos nós fazer o mesmo, em Portugal?
Não passou já tempo demais? Não será a hora de mudar esta realidade? 


Em Espanha, aqui ao lado, já existem comunidades onde, por Lei, para além de haver programas efetivos de acolhimento familiar, é proibido que crianças pequenas até aos 3 anos possam ser institucionalizadas, como acontece em vários países europeus (nalguns o limite é mesmo 6 anos). 


Para o sistema de proteção português começar a mudar, um sinal semelhante terá de ser dado.


A Convenção Internacional dos Direitos da Criança, que Portugal também assinou, afirma que uma “criança tem direito a crescer numa família”. Em 2014, a Convenção Internacional dos Direitos da Criança faz 25 anos.


Seremos nós capazes de transformar a celebração dos 25 anos, também numa data simbólica para o sistema de proteção da infância português?
Estaria disponível para ajudar a lançar uma petição, solicitando ao Parlamento, que aprovasse uma Lei que mandatasse os organismos do Estado, com a tutela da proteção à infância, a fazer duas coisas relativamente simples? (1) desenvolver, em todo o país, uma rede efetiva de acolhimento familiar; (2) não permitir, num prazo de dois anos, que uma criança até aos 3 anos de idade possa ser institucionalizada, devendo ser acolhida, se necessário de urgência, por uma família de acolhimento, enquanto é definido o seu projeto de vida pelas entidades competentes.
Tem mais sugestões?


Esperamos que 2014 possa ser um ano de mudança para a infância, no nosso país. Desejamos que o ano de 2014 seja mesmo um ano em que se comece a dar passos concretos para que, um dia, “todas as crianças possam ter direito a crescer numa família”!


Passo a passo, criança a criança, família a família, abraço a abraço cada um de nós é chamado a deixar uma pequena marca para mudarmos o futuro das crianças do nosso país.


De que lado está? 
Obrigada.

www.mundosdevida.pt

publicado por Jorge Soares às 12:06
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Sexta-feira, 26 de Julho de 2013

E num só ano a cegonha veio três vezes

E num só ano a cegonha veio três vezes
Uma montanha-russa de emoções, várias surpresas de seguida e uma vida nova de repente. Entre o biológico e o social, entre as certezas e os receios, como se lida com tudo isto? À primeira vista, com tranquilidade

Sentada de pernas cruzadas na relva à minha frente, Gabi não percebe bem porque quero conversar com ela – se a sua história, como me dirá daqui a pouco, já caminhando para a despedida, não tem nada de extraordinário. “Como assim?”, questiono-me. “Como não?”

 

Gabriela Raposo sempre quis ter filhos. Num mundo ideal e sem limitações impostas pela vida, cinco ou seis. Tiago Belchior também. Um ano depois de casarem, começaram a fazer por isso. Mas o entusiasmo acabou por dar lugar à preocupação. Pegaram em calendários e fizeram contas aos dias dos meses. Encheram-se de esperança e desiludiram-se. Muitas vezes. “Era uma dor estranha, que não era muito partilhável ou compreensível. De cada vez que me vinha o período sentia que tinha perdido qualquer coisa, como se fosse um mini aborto”, partilha. Para a arquitecta, agora com 39 anos, e o engenheiro do território de 40, o desejo de ter um filho tornou-se aos poucos num sonho sofrido.

 

Um ano depois, fizeram testes, todos os que havia para fazer. Nada. Nenhum problema, nenhuma incompatibilidade. Inscreveram-se no programa de procriação medicamente assistida de um hospital público. Surpreenderam-se com a rapidez do processo e hoje atestam a competência com que foram tratados. Ao fim de outro ano, estavam prestes a iniciar a fertilização in vitro. Até que de repente mudaram de ideias. “Percebi que não era por ali”, conta Gabriela. “Não me identificava nada com aquele processo, demasiado artificial. Não era aquilo que queria.” Falou com o marido. Sugeriu-lhe outra coisa.

 

Sempre tinham pensado na adopção: dos cinco filhos imaginados pelo menos um dos mais novos seria adoptado. A realidade fez apenas com que a opção social ganhasse prioridade sobre a biológica. E apesar da frustração e da angústia causadas pela infertilidade, a mágoa foi-se no momento em que decidiram outro caminho. Era uma escolha. Nunca mais se lembraram do que os levara até ela.

 

Responderam a inquéritos e entrevistas.Viram-se forçados a ponderar questões imponderáveis: que grau de deficiência tolerariam que o filho tivesse? Que ambiente familiar de origem consentiriam? Que antecedentes clínicos estavam dispostos a aceitar?

 

 

 

 

Imagem e textos Retirados de Carrossel

publicado por Jorge Soares às 14:34
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Segunda-feira, 10 de Junho de 2013

Eu sou contra a adoção

Adopção

Eu sou contra a adoção. Sou contra qualquer tipo de adoção. Sou contra os pais morrerem enquanto as crianças são pequenas. Na verdade sou contra os pais morrerem e ponto final. Sou contra as famílias de acolhimento. Sou contra as instituições de acolhimento de crianças. Sou contra a retirada das crianças da família biológica. Até sou contra as crianças sem pais, seja por morte ou abandono.

 

No meu mundo ideal nada disto existe porque todas as crianças que vivem são amadas, estimadas e cuidadas pelos pais. No meu mundo ideal, nem há crianças órfãs porque quando os pais morrem, aqueles que têm mesmo de morrer, há tios, primos e amigos que cuidam dos filhos que sobrevivem como se fossem seus filhos.
O problema é que o meu mundo ideal não existe. No meu mundo real, nestes últimos dias até aqui na sala ao lado, há mulheres que levam pancada do marido que bate também nos filhos, há miúdos que saltam de casa em casa entre a mãe que os abandonou, o pai que os maltratou e a família de acolhimento mal escolhida que não os deixa ir à escola. No meu mundo há famílias separadas pela pobreza, há crianças abandonadas em lares porque têm deficiências.
No meu mundo, há uns 15 anos atrás, vi chegar a um lar de crianças em risco uma menina de 10 meses com uma cabeça do dobro do tamanho normal, dos maus tratos que tinha recebido pela família biológica. Vi a cabeça a diminuir até ao tamanho normal. Vi-a chorar cada vez que saía de um colo. E foi assim até ao dia em que se iniciou o processo de adoção. Quando uma mulher solteira começou a visitá-la, a levá-la a passear, a dar-lhe colo só a ela, a levá-la para casa, vimos a Catarina pequenina a crescer, a melhorar dos problemas gástricos, a começar a sorrir e a ficar sozinha no chão bem-disposta. Estava a decorrer à frente dos meus olhos a transformação que o amor exclusivo significa na vida das crianças: melhoria da saúde, melhoria do desenvolvimento, melhoria enorme da felicidade.
Eu não sei o que fazia a mãe da Catarina na sua vida sexual. Nem me interessa. Tenho a certeza do que vou dizer, tanto que não me importo de ser dogmática:para a criança não faz uma diferença profunda se um pai, uma mãe, dois pais ou duas mães são homossexuais ou heterossexuais. O que faz diferença é se há um amor individual e bom para cada criança. A sociedade e as criancinhas da escola até podem gozar com a história e a família de cada um. Não faz diferença se no final do dia cada criança tiver quem a abrace e lhe dê beijinhos, se tiver quem a queira, quem lhe dê segurança. É só isto que tem de contar nos processos adoção. Hoje demos um belo passo neste sentido. Viva a Assembleia da República! Espero que mais passos sejam dados em breve!

 

Carla Macedo

 

Retirado Do Blog Vou Ter Um bebé na Australia

publicado por Jorge Soares às 22:04
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Quarta-feira, 29 de Maio de 2013

Adopção: de novo as crianças devolvidas

adopção

 

Alguém me deixou o seguinte comentário neste post do Nós adoptamos


"Aprecio que tenha corrido tudo bem ao autor do blog, no entanto comigo não se passou assim...
Recebi dois irmãos de braços abertos para quem preparei tudo e dediquei muito tempo da minha vida á espera.

No entanto um dos irmãos (menina de 9 anos), cujo passado não era dos melhores e eu até já sabia, pois tinha suspeitas de abusos sexuais por parte dos pais), revelo-se se ainda pior.
Com o tempo soube que a menina não só tinha sido abusada pelo pai mas também pelo tio, ( com a indiferença dos pais), pois também soube que a sua irmã mais velha que vivia com a avó era filha do avô.

Isto tudo descobri á posteriorí, pois quando me foi apresentado o processo só me disseram que havia suspeitas, (no entanto estava tudo nos registos do tribunal que mais tarde tive acesso).
Acontece que a menina que esteve numa instituição cercade dois anos não teve qualquer apoio psicológico e que a sua preparação para a nova família foi apenas a psicóloga dizer-lhe que não precisava gostar dos pais novos tinha só de pensar que ia receber muitas prendas.

Escusado será dizer que a menina nunca gostou de nós e que desde que entrou na nossa casa só pedia que lhe dessemos tudo e fazia exigências tendo tornado-se até um bocadinho mal educada e pedindo coisas com alguma soberba.

Pois a resposta da segurança social foi que tinhamos que colocar a menina em apoio psicológico e psicoterapia.

Agora pergunto-me, sabendo a instituição de tudo isto e recebendo os subsidios do estado que como sabemos não são poucos, não deveria ter sido esta a colocar a criança em psicoterapia.... será legitimo pedir aos candidatos em pré-adoção que se querem ter uma menina que goste deles terão de lhe pagar sessões de psicoterapia...

Digo-lhe que estou prestes a devolver a menina pois esta de dia para dia vai estando pior, e como não lhe damos a prendas prometidas pela psicologa da instituição cada dia nos trata pior e como seus criados. ainda não a devolvemos só por causa da irmã mais nova que se adaptou bem a nós e que está muito bem integrada, e que sabemos que iremos perder se entregar-mos a mais velha.... e neste caso a culpa é de quêm? dos pais que esperam pelo menos uma criança que os trate bem e que não parta televisões de propósito e depois ainda se ria?

Será que as nossas instituições estão a funcionar devidamente ou só se interessam mesmo com os subsidios não se preocupando nada com as crianças que albergam nem as avaliando devidamente nem preparando para ter uma familia?

Antes de descriminar-mos quem devolve crianças deveremos pensar mesmo nas razões..... e não nos podemos esquecer que também existem crianças crueis e algo más."


Deixe lá ver se eu percebi:

Se tivesse sabido dos abusos sexuais não tinha aceite a criança, é isso? Ou seja, para a criança o facto de ter passado por uma experiência traumática como essa, torna-se um castigo, um motivo para ser retirada à família e um motivo para não voltar a ter família, é isso?

É evidente que também acho que a criança deveria ter sido acompanhada durante a institucionalização, mas isso não pode ser motivo nem para não ser adoptada nem para ser devolvida.

Repare, é de uma criança de 9 anos que estamos a falar, a senhora é uma adulta não é ela que tem que se esforçar para lhe agradar, é a senhora que se tem que esforçar para a conseguir cativar.

Não podemos exigir a uma criança de 9 anos que sofreu de maus tratos e abandono que não tenha problemas, nós adultos é que temos que aprender a amar essa criança apesar dos seus problemas.

Diz que a menina nunca gostou de si, e a senhora, dispôs-se a gostar dela apesar dos problemas?

Eu tenho dois filhos que estão a entrar na adolescência, naquela fase em que se acham donos do mundo e da verdade, há dias em que perco a paciência e já não sei que fazer, um é adoptado e hiperactivo, a outra é biológica e cheia de personalidade, há dias em que me sinto mesmo farto, em que também acho que eles são uns mal agradecidos e que não dão valor à família e ao esforço que fazemos por eles, acha que também os devo devolver?

Eu já disse isto e volto a dizer, não há motivo nenhum para se devolver uma criança, e quando isso acontece a culpa NUNCA é da criança, é sempre de quem a devolve e  da equipa da segurança social que a entregou a quem não devia

Devolver uma criança é desistir de ser pai, é abandonar de novo e maltratar alguém que já foi abandonado e/ou maltratado, é dizer à criança que ela não serve para ser amada... e não há criança nenhuma que não mereça ser amada, há é pessoas que não sabem amar.

Eu sei que todos nós sonhamos com ter os filhos perfeitos, sei que muita gente que se propõe a adoptar idealiza os filhos perfeitos, amorosos e agradecidos porque alguém os aceitou, mas sabe uma coisa?, isso não existe.

 

Não há crianças perfeitas, e não as há entre as adoptadas ou entre as biológicas, cada criança é uma criança e cada caso é um caso, mas os adultos somos nós..e somos nós que temos que aprender a viver com os nossos filhos.

Se quer o filho perfeito, o melhor é desistir de tentar ter filhos

 

Do Blog O que é o Jantar?

Jorge Soares

publicado por Jorge Soares às 23:09
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Segunda-feira, 18 de Março de 2013

Mundos de Vida - Crianças invisiveis

Crianças invisiveis


Quantas famílias sabem que perto de sua casa existem crianças em instituições que podiam crescer melhor numa família, onde pudessem receber um beijo de bons-dias, ter quem lhes lesse uma história, junto à cama, ao deitar, ou lhes desse, simplesmente, um abraço quando lhes dói a barriga ou arranham o joelho?


Todos nós precisamos de assumir um compromisso claro e firme para uma progressiva diminuição do número de crianças que vivem em instituições. 


Desde há mais 20 anos que a situação no nosso país é anacrónica, comparada com a maioria dos países europeus.


Em Portugal, 95% das crianças vivem em instituições (são 8.500 em todo o país), realidade muito diferente do que acontece nos países europeus vizinhos. No nosso país, apenas 5% das crianças separadas temporariamente dos seus pais vivem com famílias de acolhimento, quando em Espanha são 32%, em França 61%, subindo para 72% em Inglaterra.


Este grave problema, em Portugal, até hoje parece não ter ainda roubado o sono a ninguém. 


Como escreveu Jesus Palácios, um grande perito internacional, nos centros de acolhimento, as crianças acabam por se tornar invisíveis. E neles acabam por passar muitos anos da sua infância e adolescência. E quanto mais tempo, as crianças passam nas instituições, mais difícil é encontrar-lhes uma alternativa familiar e mais danos acumulam. Infelizmente, ainda hoje muitos entram pequeninos e são logo institucionalizados, permanecendo nos centros boa parte da sua infância, senão toda. 


Ou será que, num país tão solidário como PORTUGAL, não existem famílias de acolhimento dispostas a que, já no próximo ano, seja possível que nenhuma criança menor de três anos tenha de passar uma única noite numa instituição, como já acontece em muitos países europeus e em comunidades da vizinha Espanha? 


Em Portugal, estas famílias existem, mas é preciso querer e saber procurá-las, cativá-las, prepará-las, apoiá-las e fazer com que a sua experiência seja satisfatória. Para as crianças implicadas, com certeza será. 


Então, porque é que há tantas e tantas crianças a viver em instituições?


Isto acontece – também ocorreu, no passado, noutros países - porque apesar da colocação de crianças em instituições ser a medida menos recomendável, ao mesmo tempo, é a mais fácil de gerir. É muito mais simples construir e contratar profissionais para centros de acolhimento do que procurar famílias adequadas e apoiá-las eficazmente. Mas o mais fácil para o Estado nem sempre é o mais conveniente. E quando falamos de crianças que tiveram experiências familiares muito adversas, e que necessitam de vivências reabilitadoras e terapêuticas, a institucionalização é sem dúvida a solução menos desejável. O risco vivido na família biológica é substituído pelos riscos inerentes à institucionalização, que são tantos e cientificamente documentados e que afetam sobretudo o desenvolvimento emocional e a saúde mental, mas também o rendimento escolar e a integração social presente e futura. As instituições não são as causadoras destes problemas, no entanto, também não servem para resolvê-los, contribuindo, não raras vezes, para o seu agravamento.


Haverá quem pense que a melhor solução (acolhimento familiar) é muito mais cara do que a situação menos desejável (institucionalização), para acolher a criança até que regresse para junto dos seus pais. Mas é justamente o contrário. Uma criança num centro de acolhimento é muito mais dispendiosa (mais do dobro do custo) para o Estado. Não se devem promover acolhimentos familiares apenas porque são mais baratos, mas a verdade é que colocar as crianças numa instituição é a alternativa menos desejável e é também a mais cara. Por isso, também não existem desculpas financeiras, para se mudar esta situação, em Portugal, de uma forma muito mais decidida, agora que estamos quase a chegar aos 25 anos da Convenção Internacional dos Direitos da Criança.


Nos últimos seis anos, provamos que é possível, em Portugal, encontrar alternativas familiares, para as crianças que têm de viver separadas temporariamente dos seus pais, por decisão da Comissão de Proteção ou do Tribunal.


A experiência na MUNDOS DE VIDA tem sido extraordinariamente positiva, já encontramos e formamos mais de 90 famílias de acolhimento.


A Beatriz e mais 8.500 crianças, que vivem em instituições, podem ter esperança. Os portugueses são um dos povos mais solidários do mundo. Vamos continuar a trabalhar para que as crianças em Portugal tenham "direito a crescer numa família".


Neste momento, decorre a Campanha Procuram-se Abraços 2013 que visa encontrar mais Famílias de Acolhimento para Crianças, em 10 concelhos dos distritos de Braga e do Porto.

 

Se gostava de ser família de acolhimento ou de saber mais sobre este tema, visite o site www.mundosdevida.pt, envie um simples email para mundosdevida@mundosdevida.pt ou telefone para 252499018.


OBRIGADO.


Retirado do Facebook

publicado por Jorge Soares às 08:30
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Domingo, 3 de Março de 2013

Coisas que realmente fazem a diferença - Procuram-se abraços

Procuram-se abraços

Imagem do Facebook 

 

"Esta é a imagem da campanha "Procuram-se Abraços" 2013 da MUNDOS DE VIDA. Em outdoors, em folhetos, em spots nas rádios e através de vídeos, está na rua, durante dois meses, nos concelhos de Maia, Vila do Conde, Póvoa, Trofa, Santo Tirso, V, N. de Famalicão, Guimarães, Vizela, Barcelos e Esposende. Se gostava de ser família de acolhimento ou de saber mais sobre este tema, visite o site www.mundosdevida.pt, envie um email para mundosdevida@mundosdevida.pt ou telefone para 252499010. Em Portugal, 8.500 crianças vivem em instituições, muitas poderiam crescer melhor no seio de uma família de acolhimento como a sua."

 

Há coisas que realmente fazem a diferença, esta campanha é uma dessas coisas, porque pode realmente fazer a diferença para muitas crianças que não tendo como projecto de vida a adopção, podem desta forma vir a ter um lugar onde viver fora das instituições e uma família que lhes possa dar o amor a atenção e o carinho que merecem como qualquer outra criança.

 

Para as pessoas que não vivem nos concelhos em que trabalha a Mundos de Vida mas que tem o desejo de ser famílias de acolhimento, podem dirigir-se à segurança social da sua área de residência e manifestar a sua vontade, há muitas crianças noutras instituições por todo o país que também esperam por amor e carinho.

 

Por fim, nunca está demais recordar, as famílias de acolhimento não se podem candidatar à adopção e por lei o acolhimento ésempre temporário.

 

Vejam o Vídeo

 

 

Jorge Soares

Retirado do O que é o Jantar?
publicado por Jorge Soares às 22:57
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Terça-feira, 5 de Fevereiro de 2013

[casa sem mãe é um deserto] a metáfora

Amor de paiImagem de aqui

 

Depois de postar o provérbio africano ali abaixo, que diz que sem mãe, qualquer lar é um deserto, fiz o caminho de volta do mato até Lisboa e calculem que só então me apercebi que esse provérbio, para ser verdadeiro, aqui não pode passar de uma metáfora. Onde se lê "mãe" tem de se ler "carinho", nada mais. Aliás, na semana passada estive num encontro de adoção com pessoas que adotaram crianças há menos de seis meses e conheci dois homens solteiros (ou divorciados, ou coisa que o valha, que isso não me interessa, as minhas amigas que não se ponham já a sorrir com cara de caso) que se meteram na aventura de adotar uma criança sozinhos. A casa deles não tem mãe mas, pelo que me contaram, é um oasis que os meninos encontraram no seu deserto emocional.

Um deles, o F., falou-me de peripécias absolutamente desconcertantes, ainda muito recentes, com o filho de cinco anos, que lhe perguntou, da primeira vez que foram ao supermercado, como se chamava a senhora da caixa. Ele, um pouco encavacado por a senhora os estar a ouvir, respondeu que não sabia, que não a conhecia. "Então porque estás a brincar com ela ao Monopólio?" E foi então que o F. percebeu que ele nunca tinha visto dinheiro ao vivo e pensava que as notas e moedas eram peças de brincar. Tal como rapidamente se apercebeu de que o filho nunca tinha visto alimentos crus, salvo banana e laranja, e pensava que os alimentos que ele tinha na cozinha eram brinquedos como aqueles com que as "meninas pirosas" brincavam às cozinhas no lar onde vivera.

Contou-me que o filho o chamou de hora em hora durante a noite nos primeiros quinze dias, até lhe explicar que não podia chamar tantas vezes porque os dois precisavam de dormir. A cara de espanto do menino foi inacreditável: "Mas os crescidos não dormem! Lá na outra casa eu chamava sempre e as educadoras vinham. Estavam sempre vestidas e a conversar." E o F. lá lhe explicou que todos os adultos dormem e que o pai, especialmente, precisava de dormir bem para ficar bem disposto. Depois explicou-lhe o que fazer em todas as situações para as quais ele o tinha chamado noites a fio: frio, calor, vontade de ir à casa de banho, sede, etc. Ele não se sabia tapar sequer...

Contou-nos ainda que um dia o menino o viu a arrumar comida no frigorífico e aproximou-se pé ante pé. Segredou-lhe então baixinho, pregando-lhe um susto: "O que é que estás a esconder?"

É absolutamente maravilhoso imaginar o menino que lhe chegou a casa há cinco meses e a explosão de desenvolvimento que se deve ter seguido para chegar a ser o menino bem adaptado, simpático e desenvolto que é hoje. Em cinco meses! Portanto bem se vê: para dar vida a um deserto não é preciso uma mãe, é preciso haver quem ame e se interesse.
Retirado de Beijo de mulata
publicado por Jorge Soares às 14:08
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Quinta-feira, 10 de Janeiro de 2013

Adopção, ao cuidado de quem está à espera, esta criança continua à espera de quem o queira amar

Ninguém espera por mim?


 

Esta carta já por aqui passou, na altura 4 ou 5 pessoas mostraram-se interessadas e pediram-me os contactos do centro de acolhimento, fiquei com esperança que alguma delas fosse mesmo adoptar ...esta semana enviei um mail à responsável do centro de acolhimento para perguntar se tinha havido desenvolvimentos, a resposta foi que tinha havido um mail a pedir informações, nada mais... 

 

Estas coisas deixam-me triste, há tanta gente que me diz que quer adoptar, há tanta gente que se queixa do tempo de espera... no outro dia houve quem me recriminasse porque fui duro naquele post O que é um processo de adopção?, há quem diga que fui injusto com as pessoas, fui? e não estaremos todos a ser injustos com esta criança e com todas as outras que anseiam por uma família?

 

 

Ninguém  espera por mim?

 

Olá,

 

Resolvi escrever-te porque sei que deseja ter um filho. Não, eu não sou o bebé com que tu sonhas….. já não uso fraldas, não como papas….. mas ainda sou uma criança e queria tanto ter um papá e uma mamã. Já não me lembro bem, mas um dia fiquei só …. E ficar sozinho no mundo com a minha idade é muito triste.

 

Vivo desde essa altura (já vão 10 anos) numa casa bonita, com muito meninos e meninas e há muitas senhoras muito simpáticas que tomam conta de nós. Mas continuo a sentir-me só ….. não tenho um papá e uma mamã…. e eu queria tanto….

 

Eu sei, não sou o bebé com que tu sonhas…. Mas sabes? Eu também sou como tu. Também sonho. Sonho que um dia vou ter uma mamã que me vai ajudar a escolher a roupa que vou vestir, que me vai a buscar à escola, que me vai contar historia, a aconchegar os cobertores e a dar-me um grande beijinho de boa noite….

 

Sonho que um dia vou ter um papá que vai andar comigo de bicicleta e me vai ver nas actividades da escola ….   e   …… eu vou ser tão feliz!!...


Quando isso acontecer…..

  • Vou deixar de chorar porque os meus colegas vão deixar de me gozar porque eu não tenho papá nem mamã;
  • Vou deixar de chorar quando me magoo porque a minha mamã vai dar-me um beijinho na ferida e vai passar logo;
  • Vou deixar de chorar quando um colega mais velho me bater porque vou ter um papá  para me proteger;
  • Vou deixar de chorar quando arranjarem papas para os meninos mais pequeninos…. Porque já não vou estar aqui, porque….. vou ter a minha família…. E vou dizer que tenho um papá e uma mamã.

Já sou grande mas ainda sou crianças. Bem sei que o meu futuro está hipotecado seja pela idade, tenho 13 anos, e seja pela saúde, tenho um problema de coração,

 

Mas continuo a desejar de poder ser ainda “um filho amado” …. conheces alguém que queria ser a minha mamã e o meu papá?.....

 

Tenho os contactos da pessoa que me enviou o mail  que facilitarei com todo gosto a quem se mostrar interessado, por favor divulguem, eu não quero perder a esperança de que conseguimos encontrar uns pais para esta criança.. não quero mesmo.

 

O meu email é jfreitas.soares@sapo.pt

 

Jorge Soares

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Segunda-feira, 7 de Janeiro de 2013

O que é um processo de adopção?

o que é um processo de adopção?

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Há coisas que me irritam, coisas para as que não tenho paciência.... tenho por norma tentar não falar daquilo que não sei, se alguma coisa me interessa vou ao Google e procuro, por principio não discuto o que não domino e claro, quando acho que tenho razão, não me calo e defendo o meu ponto de vista até à exaustão... a dos outros, que eu tenho que ficar sempre com a última palavra.

 

Uma das coisas que me irrita profundamente é ler uma e outra vez o seguinte: "Eu gostava muito de adoptar, mas os processos são tão complicados e burocráticos" A sério, fico mesmo irritado, houve uma altura em que deixava sempre um comentário, já fosse num blogue ou num site qualquer... cheguei a escrever mails a jornalistas a explicar como é um processo de adopção e como é simples.... sim, simples... 

 

Na verdade um processo de avaliação não tem nada de burocrático ou de complicado, são duas entrevistas com assistentes sociais e psicólogas, e uma visita domiciliária... querem coisa mais simples que isto?... agora também há a formação, são 3 ou 4 sessões a ouvir falar do processo e de casos de adopção. Se a segurança social cumprir os prazos e não usar desculpas esfarrapadas, isto não demora mais que seis meses.. simples e sem burocracias nenhumas.

 

Na realidade as pessoas confundem a avaliação com a espera pela criança.. o mais complicado de tudo isto é saber gerir a espera... há quem após ser avaliado espere semanas, há quem espere meses, há quem espere anos... mas de novo isto não tem nada a ver com burocracias.. isto só tem a ver com as expectativas e desejos de cada um...

 

Há quem não tenha grandes desejos e expectativas e tenha as crianças à sua espera... sim, porque como vimos há uns dias neste post, há crianças à espera...são mais de quinhentas... e há quem consiga descrever o filho que quer com tal luxo de detalhes que este nunca aparece... e passam os anos e as pessoas estão à espera.... e claro, há que deitar a culpa a alguém... as ditas complicações e burocracias...

 

Todos lemos aquela carta daquela criança e temos muita pena dela... mas apesar de que o post foi divulgado por tudo o que é site de adopção deste país.. no fim contam-se pelos dedos de uma mão as pessoas que se mostraram interessadas ... e algumas ainda nem eram candidatos.

 

O verdadeiro problema é que em há em Portugal muitos mais candidatos à adopção que crianças para adoptar... e a segurança social não faz milagres ... nem pode ir comprar crianças branquinhas e perfeitinhas para as entregar a quem espera... não, eles tem que esperar que elas nasçam e sejam abandonadas ou retiradas à família... e felizmente isso não acontece muito...

 

Por favor, quer mesmo adoptar?  Informe-se, pergunte, mas não deite a culpa para coisas que não existem.... e tente não ser muito exigente, porque uma criança é sempre uma criança e nós é que temos que a conquistar e aprender a amar.

 

Por certo, o processo de adopção é aquele que corre no tribunal após recebermos a criança e que serve para dizer que para todos os efeitos legais e morais, passamos a ser pais dela.

 

Jorge Soares

 

Do Blog O que é o Jantar?

publicado por Jorge Soares às 13:30
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Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2012

Apadrinhar crianças da Guiné - Padrinhos sem fronteiras

Crianças da Guiné


A equipa da ONGD Coração Sem Fronteiras trabalha todos os dias para que centenas de crianças tenham uma vida muito mais colorida e para que possam ter um futuro mais risonho e recheado de amor e de esperança.

Connosco, pode ajudar a melhorar as condições de vida das crianças da Guiné-Bissau, apadrinhando em duas modalidades:

- Com 20€ (mensais) o apadrinhamento à distância de uma das crianças órfãs da Associação Casa Emanuel;

- Com 40€ (por parto) o apadrinhamento do nascimento de uma criança na maternidade do Hospital Comunitário Emanuel.

O apadrinhamento à distância e o apadrinhamento de um nascimento são formas de possibilitar o acesso destas meninas e meninos à escola, a uma alimentação mais cuidada e aos cuidados básicos de saúde.

Mas apadrinhar é também criar laços e transmitir afectos mesmo que à distância de uma carta ou fotografia.

Por isso, quem ainda não sentiu a experiência de ser um Padrinho Sem Fronteiras apelamos para que arrisque nesta fantástica e gratificante
"aventura".

A todos os que o fizeram agradecemos do fundo do coração e desafiamos que nos escrevam para a contar a vossa experiência para que possa servir de inspiração a todos nós.

Obrigada,

Equipa do "Coração Sem Fronteiras"
apadrinhamentos@coracaosemfronteiras.org
www.coracaosemfronteiras.org

publicado por Jorge Soares às 19:37
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Domingo, 25 de Novembro de 2012

Sobre a adopção internacional em Cabo Verde

Adopção internacional

 Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Tal como expliquei no outro dia no post "As vidas não se deixam a meio", estivemos em Cabo Verde para mais um passo do já longo processo de adopção da D.

 

Apesar dos vários posts que já aqui escrevi sobre o assunto ou talvez graças a eles, continuo a receber muitos mails e comentários aos posts com perguntas de quem olha para Cabo Verde como uma alternativa aos demorados processos nacionais. 

 

Já aqui falei sobre os processos de adopção neste país, foi neste post cuja leitura recomendo, mesmo a quem não está interessado em adoptar..

 

Como também já disse antes, Cabo Verde adoptou a convenção de Haia a 1 de Janeiro de 2010, o processo da  D. entrou em tribunal em Dezembro de 2009 e por aquilo que vou sabendo, terá sido ela  a última criança a vir para Portugal. Com a adopção da convenção de Haia as regras mudaram e é suposto que após a reorganização política, social e judicial, os processos fiquem muito parecidos com o que são por cá.

 

Como sei que há muita gente interessada, questionei o nosso advogado sobre este assunto e a resposta foi muito clara. Desde 2010 que não há adopção em Cabo Verde, as palavras dele foram que as autoridades políticas e judiciárias não são favoráveis à adopção internacional e portanto as coisas continuam mais ou menos como no inicio de 2010.

 

Sei que há muita gente que continua a enviar processos para Cabo Verde, na minha opinião estas pessoas deverão continuar a apostar na adopção nacional e noutros países, nos próximos tempos dificilmente serão adoptadas mais crianças em Cabo Verde.

 

Jorge Soares

 

Retirado do Blog O que é o Jantar?

publicado por Jorge Soares às 22:47
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Quarta-feira, 7 de Novembro de 2012

Adopção, ao cuidado de quem está à espera: Ninguém espera por mim?

Menino abandonado

 Imagem da Internet

 

O seguinte texto foi-me enviado pela responsável de um centro de acolhimento, é uma carta de uma criança que quer ser adoptada, uma criança que foi abandonada há muito tempo e que está assim, abandonada, até hoje.

 

Ninguém  espera por mim?

 

Olá,

 

Resolvi escrever-te porque sei que deseja ter um filho. Não, eu não sou o bebé com que tu sonhas….. já não uso fraldas, não como papas….. mas ainda sou uma criança e queria tanto ter um papá e uma mamã. Já não me lembro bem, mas um dia fiquei só …. E ficar sozinho no mundo com a minha idade é muito triste.

 

Vivo desde essa altura (já vão 10 anos) numa casa bonita, com muito meninos e meninas e há muitas senhoras muito simpáticas que tomam conta de nós. Mas continuo a sentir-me só ….. não tenho um papá e uma mamã…. e eu queria tanto….

 

Eu sei, não sou o bebé com que tu sonhas…. Mas sabes? Eu também sou como tu. Também sonho. Sonho que um dia vou ter uma mamã que me vai ajudar a escolher a roupa que vou vestir, que me vai a buscar à escola, que me vai contar historia, a aconchegar os cobertores e a dar-me um grande beijinho de boa noite….

 

Sonho que um dia vou ter um papá que vai andar comigo de bicicleta e me vai ver nas actividades da escola ….   e   …… eu vou ser tão feliz!!...


Quando isso acontecer…..

  • Vou deixar de chorar porque os meus colegas vão deixar de me gozar porque eu não tenho papá nem mamã;
  • Vou deixar de chorar quando me magoo porque a minha mamã vai dar-me um beijinho na ferida e vai passar logo;
  • Vou deixar de chorar quando um colega mais velho me bater porque vou ter um papá  para me proteger;
  • Vou deixar de chorar quando arranjarem papas para os meninos mais pequeninos…. Porque já não vou estar aqui, porque….. vou ter a minha família…. E vou dizer que tenho um papá e uma mamã.

Já sou grande mas ainda sou crianças. Bem sei que o meu futuro está hipotecado seja pela idade, tenho 13 anos, e seja pela saúde, tenho um problema de coração,

 

Mas continuo a desejar de poder ser ainda “um filho amado” …. conheces alguém que queria ser a minha mamã e o meu papá?.....

 

Tenho os contactos da pessoa que me enviou o mail  que facilitarei com todo gosto a quem se mostrar interessado.

 

Jorge Soares

publicado por Jorge Soares às 21:14
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Segunda-feira, 7 de Maio de 2012

Ao cuidado de quem está à espera, O José quer uma família

Quero uma família

Imagem da internet

 

Mais um menino para o qual se procura pais e a instituição onde se encontra, nos solicitou que divulguemos esta informação.... 

“O José (nome fictício) é um menino que deseja muito ter uma nova família, tem actualmente 9 anos de idade.

Encontra-se institucionalizado desde 2007, ou seja, há cinco anos, tendo chegado com 4 anos. 

Tem uma história familiar muito perturbadora, fruto da sua vivência , o José chegou à instituição com um atraso grave de desenvolvimento e a nível da vinculação muito desorganizado. Ele não dava afecto, não aceitava recebê-lo, agredia os adultos, não pedia, nem se queixava de nada, etc. 

O José foi evoluindo muito favoravelmente, conseguiu desenvolver um vínculo afectivo a uma das nossas Irmãs, e já é capaz de receber afecto (gosta muito), de pedir ajuda, de dizer quando está doente, etc. Também já é capaz de procurar afecto, por vezes, espontaneamente. 

Finalmente (e infelizmente tão tarde), foi decretada a adopção em Março de 2011, quando já tinha oito anos. Ele foi fazendo o luto da família biológica e atualmente deseja muito ter uma nova família. Quando uma criança sai para adopção ele sofre imenso.

Na escola, o José tem algumas dificuldades, contudo, tem evoluído muito, porque tem muita motivação (apesar das dificuldades ele quer aprender e esforça-se) e adora a professora com quem estabeleceu uma relação afectiva muito positiva. Nunca apresentou problemas de comportamento relacionados com as outras crianças na escola. 

O José é jogador federado de hóquei em patins. É o goleador da equipa e joga muito bem. Gosta muito de jogar de computador e de trabalhos manuais. Quando está inspirado faz desenhos muito bonitos. 

O José é muito meigo com os bebés, ajuda muito os mais pequeninos e reage muito bem quando sai com famílias amigas. Todas referem como ele se porta bem quando está fora da instituição e num ambiente familiar. 

Para mais informações sobre o José deverá contactar para geral@bemmequeres.org

 

Retirado do Facebook da Bem Me Queres

publicado por Jorge Soares às 13:25
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Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2012

Movimento Adopção Internacional - acordos bilaterais

Adopção internacional

Imagem do Momentos e Olhares

 

 

Criado por: Meninos do Mundo, 2012-01-25 às 14:52 Tema: Outro

 

Pela introdução de mecanismos de controlo da legalidade dos processos de adopção internacional, nomeadamente através da celebração de acordos bilaterais.

 

A Meninos do Mundo-Associação, desde a sua criação (9.9.2008), tem apresentado regularmente quer aos Grupos Parlamentares, quer à Autoridade Central Portuguesa Para a Adopção Internacional propostas de mecanismos de controlo da legalidade dos processos de adopção internacional. A Adopção Internacional está prevista na Lei n.º 31/2003, de 22 de Agosto e Portugal é Estado Contratante da Convenção de Haia, tendo esta última entrado em vigor em Portugal em 1.7.2004. Estes mecanismos de controlo passam, para além de outras condutas, pela celebração de acordos bilaterais entre Portugal e outros países, nos quais sejam estabelecidos procedimentos específicos entre as partes que permitam, implicitamente, controlar todo o trâmite legal do processo. É urgente a celebração de acordos bilaterais. Só assim será possível tratar todas as crianças do Mundo de forma igual, possibilitando-lhes uma família, quando a adopção seja o projecto de vida adequado, e em simultâneo zelar pela sua segurança quer em termos físicos, quer em termos jurídicos. Não basta Portugal ser Estado contratante da Convenção de Haia, é urgente a celebração de acordos bilaterais, nomeadamente com Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, Brasil e Timor, ou a celebração de um acordo único, através do qual se uniformize a adopção internacional entre estes vários países. Uma Criança é Uma Criança em Qualquer Parte do Mundo, sem esquecer Portugal onde milhares de crianças continuam a aguardar por uma família!

 

 http://www.portugal.gov.pt/pt/o-meu-movimento/ver-movimentos.aspx?m=407

INSTRUÇÕES PARA VOTAR :
1- Efectuar um registo no Portal do Governo  (link REGISTAR no topo à direita).
2- Inserir nome (verdadeiro ou falso), e-mail e password (diferente da usada na conta de mail).
3 - Verificar na sua conta a chegada de um mail de confirmação de registo.
4 - Clicar novamente no link do movimento e clicar em APOIAR na parte inferior.
 
Cada mail só permite votar uma vez.
 
Não podemos desistir de pôs este mundo direito!
 
Maria João
Vamos todos votar, porque uma criança é uma criança em qualquer parte do mundo
publicado por Jorge Soares às 22:34
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Ainda as adopções falhadas e as crianças devolvidas

Adopção

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Há uns tempos num workshop sobre adopção em que estavam elementos de alguns centros de acolhimento, alguém veio falar comigo sobre uma criança de 11 anos que já tinha sido rejeitada e para a que  a segurança social não encontrava candidatos. Entre os muitos candidatos que eu conhecia não haveria alguém disposto a aceitar esta criança?... Por acaso havia, até mais que um... candidatos aprovados pela segurança social e que estavam à espera há anos, vá lá saber-se porque a segurança social não os tinha encontrado. Mais estranho ainda é que mal apareceram os candidatos, a segurança social do distrito onde estava a criança arranjou logo outros do mesmo distrito... vá lá a gente perceber porque não o tinham feito antes.

 

Não era a primeira, nem foi a ultima vez que vi situações destas, raramente aparecem candidatos para crianças maiores de seis anos e muitas vezes a forma de os encontrar é esta... ir perguntando se alguém conhece candidatos que os aceitem...  às vezes eles aparecem e lá se encontra a maneira de convencer a segurança social a permitir a adopção, coisa que nem sempre é fácil, porque as suas crianças são para os seus candidatos.. mesmo que estes não existam.

 

Outra forma é arranjar uma família amiga para a criança, alguém que o visite, que de vez em quando o leve a passar um fim de semana, com o tempo as pessoas afeiçoam-se à criança e terminam por optar pela adopção, pessoas que nem eram candidatos mas que dada a situação da criança são mais ou menos avaliados à pressão e terminam por adoptar. É só mais uma forma de encontrar uma família para crianças que de outra forma nunca a teriam.

 

A julgar por algumas coisas que li, terá sido isto que aconteceu com o Carlos, a criança da reportagem da TVI de que falei no post de há três dias e que foi devolvida, li em mais que um sitio comentários de uma ou várias pessoas que diziam que o casal conhecia a criança desde antes.

 

Apesar de ter passado por dois processos de adopção e de em ambos ter estado bastante tempo à espera, não consigo ser contra este tipo de procedimentos, se há coisa que sempre critiquei é a inércia que existe em muitos dos centros de acolhimento, inércia que no fim se traduz em que as crianças passem a vida institucionalizadas sem que ninguém perceba porquê. É de louvar quando as instituições se preocupam e tentam encontrar uma solução mesmo para aquelas crianças que a própria segurança social já abandonou à sua sorte.

 

É claro que este tipo de situações leva a que as crianças sejam entregues a pessoas que nem sempre foram avaliadas convenientemente, e nem sempre a suposta boa vontade é suficiente para quebrar barreiras. Muita gente vai para a adopção acreditando que está a ajudar as pobres criancinhas e esquecem-se que estas são seres humanos que muitas vezes já passaram por coisas terríveis e quando se deparam com crianças que tem vontade e vida própria não fazem a menor ideia de como enfrentar a situação.

 

Adoptar não é ajudar uma criancinha abandonada, adoptar é ter um filho, com todas as alegrias e tristezas que tem qualquer outro filho e alguns desafios extra com os que vamos aprendendo a viver todos os dias. Adoptar não pode nem deve ser uma questão de bom coração e boa vontade, adoptar não é um acto de caridade, quem adopta tem que começar por entender uma coisa, não há filhos biológicos e adoptivos, só há filhos.

 

Este post saiu um pouco ao lado do que era a minha ideia incial... mas pronto, é o que há.

 

Post do O que é o Jantar?

 

Jorge Soares

publicado por Jorge Soares às 00:09
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Segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011

Sou adoptada e gostava de conhecer os meus pais biológicos!!!!

adopção, pais angustiados

 

Imagem de aqui

 

Há uns tempos dois episódios com filhos de amigos do mundo da adopção tinham trazido à baila o assunto, era algo em que queria pegar, mas é muito complicado, até porque a maioria das pessoas que eu conheço e que adoptou, tem filhos pequenos e está longe de chegar a essa etapa.

 

Hoje um comentário no nós adoptamos acordou-me definitivamente para o assunto, foi deixado por alguém que assinou Marta e diz o seguinte:

"ola, sou adoptada e gostava de conhecer os meus paie biologicos, como e que eu faço"

 

O A. e a M. adoptaram crianças mais velhas, o A. era daqueles que dizia que quando o filho chegasse à idade adulta e caso ele quisesse, o ajudaria a encontrar a sua família biológica, sei que eram palavras que lhe saiam do coração, mas mesmo assim acho que ele não estava preparado quando o filho já adolescente e após um período complicado em casa e na escola, se virou para ele e lhe disse que queria ir procurar a família.

 

No caso da M. aconteceu mesmo e aquele filho que ela tinha adoptado já quase adolescente, deixou a família que o amava e foi em busca daquela outra parte da sua vida de onde em tempos tinha sido resgatado.

 

A maioria das crianças que sabe que foi adoptada tem fases por volta dos  4 ou 5 anos em que quando é castigada ou contrariada diz que vai sair de casa e vai procurar a sua outra família, cá em casa aconteceu mais que uma vez, é a fase do interiorizar a situação e do testar, esticar a corda a ver até onde vai a segurança dos pais. Não é fácil, mas crianças de 5 anos educam-se, elas aprendem que é algo que não as leva a lado nenhum e a coisa passa. Quando estamos a falar de adolescentes é mais complicado, porque por muito que o A. queira ajudar o filho, ele sabe os antecedentes, sabe o porquê de ele ter sido retirado à família biológica e no intimo tem terror do que se possa encontrar, que a vida das pessoas muda, mas nem sempre para melhor.

 

É dos livros que a maioria das pessoas adoptadas mais tarde ou mais cedo que saber de onde vem, o Yo Soy adoptado é um livro que conta as historias de vida de 11 pessoas que foram adoptadas, das 11 só uma não quis saber do seu passado, as restantes quiseram e a maioria foi mesmo à procura desse passado, quem encontrou descobriu que era só isso, passado, não eram dali e para além da curiosidade, não queriam ser, mas só descansaram quando souberam.

 

Eu sou um acérrimo defensor que não se deve mentir às crianças adoptadas, faz parte da vida delas e devem aprender a viver com isso, mas depois de ouvir o A. e a M, as suas angústias e medos, fiquei com sérias dúvidas sobre como e quando deveremos libertar da nossa asa os nossos filhos para que procurem esse outro ninho de onde saíram. Porque o mundo lá fora é duro e até cruel e uma coisa é deixar que alguém encontre as suas origens e o seu caminho, outra muito diferente é deixar que os nossos filhos voltem a um mundo de onde tiveram que ser arrancados muitas vezes  a ferros.

 

Marta, se por acaso alguma vez leres isto, a minha resposta para ti é fala com os teus pais, as pessoas que te adoptaram e te deram o seu amor, são quem em primeiro lugar te podem dar essas respostas e ajudar-te na tua procura.

 

Post do O que é o jantar?

 

Jorge Soares

publicado por Jorge Soares às 23:08
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Quarta-feira, 15 de Dezembro de 2010

Adopção Internacional, Guiné

 

"Porque uma criança é uma criança em qualquer parte do Mundo!"

 

Acredito que a adopção de crianças de outros países é uma alternativa aos longos e difíceis processos de adopção em Portugal.

 

Para mim, a adopção é um verdadeiro milagre na vida destas crianças.

 

Lembro-me como se fosse hoje, do dia em que vi a Ana (Madona) pela primeira vez e de como pensei que seria maravilhoso esta menina ter uma família e a oportunidade de ser feliz.

 

Em menos de um ano a Ana foi adoptada e vive agora em Portugal com os seus pais e com o irmão.

 

Joana Cruz

 

Post do Sorrisos sem cor

publicado por Jorge Soares às 11:07
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Segunda-feira, 29 de Novembro de 2010

APADRINHAMENTO À DISTÂNCIA ORFANATO CASA EMANUEL - GUINÉ-BISSAU

Apadrinhamento à distancia

 

Imagem do Sorrisos sem cor

 

Trata-se de uma ligação simbólica entre nós e as crianças que apadrinhamos.


É um elo que criamos e que pode fazer toda a diferença nas suas pequenas vidas...
É uma forma de ajudarmos as crianças mais desfavorecidas, órfãs, vítimas de abandono e de inúmeras doenças.


Com apenas 20€ por mês, estamos a contribuir para ajudar a melhorar as condições em que vivem, a proporcionar-lhes uma alimentação mais saudável, a dar-lhes a hipótese de irem à escola e de terem algum material escolar.


No apadrinhamento à distância, os padrinhos e as madrinhas têm também a hipótese de trocar correspondência com os seus afilhados, seguir o seu percurso escolar e até, quem sabe um dia, visitá-los no local onde vivem.


Um pequeno gesto que nos pode transformar em melhores pessoas e que nos dá a oportunidade única de criar sorrisos e melhorar a vida das crianças da Guiné-Bissau.

 

Para melhor conhecer esta instituição vá a http://casaemanuelguineabissau.blogspot.com/

 

Caso esteja interessado em se tornar padrinho ou madrinha de uma destas crianças envie um mail para joanafigueiredocruz@gmail.com

 

Joana Cruz

Sorrisos sem cor

publicado por Jorge Soares às 23:23
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Quinta-feira, 5 de Agosto de 2010

Adopção: Como (não) adoptar um bebé!!!!

Como (não) adoptar bebés

 

Imagem da internet

 

Este post é dedicado à Ana, que me deixou um comentário ao post de ontem e a todas as pessoas que chegam até este blog procurando informação sobre como adoptar bebés em Portugal... e eu sei que são muitas.

 

O Comentário da Ana dizia o seguinte:

 

Eu ando a procura de uma bebe de 4 meses para adoptar obrigada e urgente

 

Bom Ana, não sei o que queres dizer com é urgente, mas deixa-me dizer-te que na adopção nada é urgente... nada, nem para as crianças, nem para os candidatos...

 

Como em tudo na vida haverá excepções, mas adoptar um bebé de 4 meses é algo que quanto a mim, pela via legal não é possível,  vejamos porquê: Mesmo que no momento do nascimento a mãe assine um documento a dizer que entrega a criança para  adopção, por lei há um prazo de seis semanas para que a esta possa reconsiderar e decidir ficar com o seu filho. Ao fim de seis semanas é considerado abandono e o caso é encaminhado para o tribunal de família.

 

Chegado ao tribunal, o juiz inicia um processo de averiguação, na maioria dos casos este não considera válido o documento assinado pela mãe no hospital, para ser válido tem que ser assinado ante um notário. Há juízes que exigem ouvir a mãe pessoalmente o que na maioria dos casos é muito difícil pois as pessoas que deixaram os filhos no hospital não costumam deixar moradas reais.. entretanto o caso fica parado enquanto se averigua  onde está a família. Depois de ouvida a mãe  e no caso de que ela mantenha a decisão, é consultada a família alargada, mais tempo de espera...

 

Com tudo isto o tempo foi passando e quando finalmente se decide que a criança vai para adopção, já passaram muitos meses e o bebé já cresceu.. Por tudo isto eu diria que pela via legal, dificilmente alguma criança possa ser entregue aos candidatos a pais antes dos 8 ou 9 meses de idade.

 

Voltando ao pedido da Ana, se descontarmos as 6 semanas iniciais, para ser entregue com 4 meses, todo este processo legal deveria ser concluído em 6 semanas.. alguém acredita que isso seja possível? Para já não falar de que antes sequer de poder adoptar, é necessário passar pelo processo de selecção de candidatos.. pelo menos seis meses... lamento Ana, mas nas adopções não há urgências... ter um filho é algo que leva o seu tempo... e nas adopções é sempre mais de 9 meses.... infelizmente na maioria dos casos é muito mais de 9 meses.

 

É verdade que como diz a Cristina noutro comentário ao mesmo post, ultimamente temos ouvido falar da entrega de bebes de 3 e 4 meses aos candidatos... atendendo ao que disse acima, será que a segurança Social está a entregar estas crianças com os processos legais concluídos? E no caso de os processos não estarem concluídos será que os candidatos sabem o risco que correm ao receber uma criança nestas condições?

 

O N. foi-nos entregue com um ano de idade e com o projecto de vida definido pelo tribunal, mesmo assim, um ano depois no processo de adopção plena a juíza decidiu que queria ouvir a opinião do pai.. já ele tinha dois anos, ninguém imagina o que nós sofremos ao pensar que o senhor se poderia opor à adopção. É a isto que os candidatos se arriscam ao receberem crianças com 3 ou 4 meses.

 

É claro que há quem se arrisque a mais... há uns tempos li o seguinte neste  blog:

 

Eu como percebi que ela não estava a entender o motivo e percebeu certamente algo que não me agradou como se nós estivemos contra isso, disse-lhe na cara que o Prof. conceituado me propôs um bebé da MAC com dois dias!!!!!

 

Não era adoptar mas sim eu sair da MAC com um filho nos braços e registar como meu! Claro que o negámos de IMEDIATO!!!

 

Não é novidade nenhuma, todos já ouvimos falar disto, todos sabemos que estas coisas acontecem.. infelizmente há muita gente que se aproveita do desespero de quem quer ser pai e não consegue. São casos como este que depois levam a situações como a da Esmeralda ou o da menina russa... mas se calhar explicam algumas das "adopções" de bebés de que ouvimos falar.

 

Portanto, se chegou até aqui à procura de como adoptar bebés,..esqueça, isso não existe.

 

Jorge Soares

Publicado inicialmente no blog O que é o jantar?

publicado por Jorge Soares às 15:28
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Quarta-feira, 21 de Julho de 2010

Adopção - 2 anos depois

Adopção na Etiópia

 

Há uns tempo escrevi aquiaqui o percurso de um casal amigo, que reside na Suiça, na tentativa de conseguirem ter um filho.

Foram dez anos de muita luta, muito sofrimento, muitos esforços gorados e muita desilusão. Foram dez anos de esperança que  iam acalentando por cada novo tratamento que experimentavam...tudo em vão.

Um dia já sem forças e com danos de saúde física e emocional, resolveram partir para a adopção. Fizeram-no primeiro em Portugal, mas dado os enormes entraves que lhes eram colocados, passaram para a adopção internacional.

Através de amigos ficaram a saber que na Etiópia o processo de adopção estava muito facilitado, era célere e o sistema funcionava muito bem.

No dia 23  de Agosto de 2008 receberam a primeira foto da M. com três meses. Aceitaram-na de imediato.

Viajaram até á Etiópia, comoveram-se com a precariedade das condições dos orfanatos, mas também com o enorme carinho e cuidados com que eram tratadas todas as crianças, apesar da falta de meios humanos e materiais.

A 22 de Novembro a M. passou a ter uma família. Fez em Junho dois anos e veio há dias passar com os pais um mês a Portugal.

Fiquei espantada com a maneira como se tem desenvolvido...pula, canta, fala umas quantas coisas em português e já vai dizendo outras em alemão. A mãe resolveu pô-la na escolinha alemã dois dias por semana, porque, pensa ela, que uma boa integração num país estrangeiro passa pela aprendizagem da língua, apesar disso não abdica da filha durante o resto da semana, para poder assistir ao crescimento da sua bebé e ao mesmo tempo não perder nenhuma das suas pequenas conquistas.

Esta é a prova que sempre que se está no caminho certo vale a pena lutar sem desistir dos objectivos para que um dia os sonhos se tornem realidade.

Nem sempre estive desperta para os problemas que têm os pais que querem um filho, mas vivi de perto toda a história e a pouco e pouco através deste blog fui-me apercebendo das dificuldades por que passam as pessoas que se candidatam a uma adopção e todo o processo burocrático a que estão sujeitas.

Neste mundo conturbado é bom saber que ainda se encontram pessoas de coragem, com um enorme altruísmo e de entrega total a uma causa nem sempre fácil.

 

 

"A força não provém de uma capacidade física e sim de uma vontade indomável." (Mahatma Gandhi)

Manu

Retirado do Blog Cantinho da Manu
publicado por Jorge Soares às 00:46
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Quinta-feira, 8 de Abril de 2010

Sobre a adopção em Cabo Verde

 

Nós por cá tudo bem, a D. continua uma menina comilona e bem disposta mas esta semana entrou na fase das birras, não gosta de ser contrariada e quando o é, lá mostra o seu mau feitiozinho... há por aí quem diga que é do nome, que há por aí outras D. que também são assim... não, não são teimosas, são persistentes... pontos de vista.

 

Uma das coisas que mais me tem perguntado é se ela estava numa instituição... não, não estava, em Cabo Verde há muito poucas instituições, e que eu tenha conhecimento, nenhuma das crianças que foram adoptadas por portugueses veio de uma instituição. A D. estava com uma família amiga.... amiga da família dela que não tinha condições para a ter.

 

As adopções em Cabo Verde tem muito pouco a ver com o que estamos habituados por cá, cá por norma as crianças estão institucionalizadas e é decretado um projecto de vida que passa pela adopção. Em Cabo Verde são as famílias que ante a impossibilidade de criar os filhos com um mínimo de dignidade e condições, decidem entregar as crianças para adopção.

 

Para isto dirigem-se ao tribunal e dizem que as querem entregar. E as crianças continuam a viver com a família até que ocorre a audiência e o juiz decide entregar a confiança judicial aos candidatos a adoptar. E são os pais, ou em casos como o da D., as pessoas que tratam das crianças, quem as entrega a quem as vai adoptar.

 

No outro dia falava com uma amiga que adoptou uma criança cá, por sinal uma menina com a idade da D. e também mulata, e ela dizia-me que não seria capaz de passar por uma situação destas. Acredito que não. A nós a D. foi-nos entregue no escritório da advogada, mas muitas vezes a entrega é feita pelos pais e ocorre em casa das crianças, com os irmãos, os amigos, os vizinhos, a presenciarem.

 

Não é uma situação fácil e muito menos quando as crianças já tem 4 ou 5 anos e já sabem o que se está a passar. Imaginem o que é retirar uma criança do seu ambiente natural, da sua família.. é difícil de imaginar, e muito mais quando sabemos que as crianças não são vitimas de maus tratos, nem de abandono... No fundo, é um acto de amor, a maior parte destas crianças vem de famílias com 8, 9, 10... já soube de um caso de uma mãe que entregou o seu vigésimo filho... mas as pessoas tem dignidade...e amor pelos filhos, não tem é efectivamente condições para os criarem.. e decidem que elas estarão melhor com alguém que tenha condições a amor para lhes dar.

 

Jorge Soares

 

Post publicado no blog:O que é o jantar?

publicado por Jorge Soares às 10:31
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Terça-feira, 16 de Fevereiro de 2010

Perguntas e respostas sobre Adopção internacional

Adopção internacional

Imagem do Momentos e olhares

 

1. O que é um processo de adopção internacional?

A adopção internacional é um processo que corre entre dois Estados, o de origem e o receptor, no âmbito do qual um casal ou uma pessoa singular adopta uma criança.

 

II

Quem se pode candidatar?

 

2. Qualquer Português ou estrangeiro residente em Portugal pode candidatar-se à adopção internacional?

Sim, desde que cumpra os requisitos exigidos por lei.

 

3. Quais os requisitos?

a) Ter mais de 4 anos de casamento ou de união de facto, no caso de casais e ter 25 anos de idade,

b) Ter 30 anos de idade, no caso de adopção singular

 

Em ambos os casos, deverá ter menos de 60 anos de idade à data em que o menor lhe for confiado, sendo que a partir dos 50 anos de idade a diferença de idades entre o adoptante e o adoptando não pode ser superior a 50 anos, excepto nos casos em que o adoptando é filho do cônjuge. A diferença de idades também poderá ser superior a 50 anos, excepcionalmente, quando motivos ponderosos o justifiquem.

 

4. Os homossexuais podem candidatar-se à adopção internacional?

Sim, não há nada na lei portuguesa que impeça um homossexual de adoptar, de facto há muitos que o fazem, ainda que tudo depende da sensibilidade das assistentes sociais.

 

III

Como devo iniciar o processo?

 

5. Qual o primeiro passo?

Dirigir-se ao serviço da Segurança Social da sua área de residência, ou à Santa Casa da Misericórdia, caso resida na cidade de Lisboa.

 

IV

Qual a documentação necessária?

 

6. De que documentação necessito para iniciar um processo de adopção internacional?

A documentação é variável, consoante as exigências de cada país. No entanto, a documentação base é a seguinte:

a) Certidão de nascimento;

b) Certidão de casamento ou documento comprovativo de união de facto há mais de 4 anos;

c) Declaração médica;

d) Registo criminal;

e) Prova de rendimentos;

f) Fotocópia do B.I. ou cartão único de cidadão

  

V

Como funciona o processo de avaliação pela Segurança Social?

 

7. A avaliação efectuada pelo serviço da Segurança Social é mais prolongada do que para a adopção nacional?

Não, ambas têm de estar concluídas no prazo de 6 meses.

 

8. Em que consiste a avaliação?

Consiste numa avaliação psico-social e uma visita domiciliaria.

 

 

9. Recebo algum documento a comprovar que fui sujeito à avaliação por parte da Segurança Social?

Sim. No final da avaliação é entregue aos candidatos um certificado de idoneidade para adoptar.

 

10. A equipa que avalia é composta por profissionais de que área?

A equipa é multidisciplinar, sendo composta por técnicos das seguintes áreas: psicólogo, assistente social e por vezes, jurista e educador de infância.

 

VI

Candidatura e Países

 

11. Posso candidatar-me em simultâneo a vários países?

Sim, desde que estejam habilitados a adoptar nos respectivos Países.

 

12. Posso candidatar-me em simultâneo à adopção internacional e nacional?

Sim.

 

13. O que é a Convenção de Haia?

É um instrumento internacional criado em 1993 que, entre outras matérias, regula a cooperação entre os países de origem das crianças e o país de acolhimento no que diz respeito á protecção das crianças no âmbito de processos de adopção internacional.

 

14. Todos os países do mundo são membros da Convenção de Haia?

Não.

 

15. Posso candidatar-me a um país que não seja membro da Convenção de Haia?

Sim, desde que o outro país aceite a candidatura remetida por Portugal.

 

16. É obrigatória a adesão à Convenção de Haia?

Não.

 

17. Um país que tenha assinado a Convenção de Haia está vinculado aos seus procedimentos?

Não. Para que isso aconteça é necessário que para além de a ter assinado, a tenha igualmente ratificado.

 

18. Quem remete a candidatura para o país escolhido?

A autoridade central em matéria de adopção internacional.

 

19. É um serviço da Segurança Social?

Sim, embora distinto da equipa de adopção que procedeu à avaliação.

 

20. Onde se situa e qual o contacto?

Situa-se na Rua Castilho, nº5, Lisboa (tel: 213184900)

 

21. Posso escolher entre qualquer País do mundo?

Não. É necessário atender aos requisitos legais do outro país e terá aquele de aceitar a candidatura.

 

22. A adopção é reconhecida em todo o mundo?

Não, há países que não reconhecem a adopção.

 

23. Ao voltar do estrangeiro com a criança qual o primeiro passo a dar?

O primeiro passo é dirigir-se à equipa que procedeu à avaliação, dando conhecimento de que a criança se encontra em território português.

 

24. As crianças vêm já adoptadas?

Depende dos Países.

 

25. O que se segue quando as crianças não vêm já adoptadas?

A criança será acompanhada pela equipa de adopção durante o período máximo de 6 meses (período de pré-adopção).

 

26. Quando a criança já vem adoptada, o que devo fazer em Portugal?

Se a criança é oriunda de um Estado-Membro da Convenção de Haia, está dispensada a revisão de sentença estrangeira. Caso contrário deverá serrequerida a revisão e confirmação da sentença junto do Tribunal da Relação

 

 

27. Não se tratando de um Estado-Membro da Convenção de Haia, tenho sempre que proceder à revisão e confirmação da sentença estrangeira?

Não. Existem países que não aderiram à Convenção de Haia; no entanto, porque celebraram um acordo judiciário com Portugal, fica dispensada a revisão de sentença.

 

 

28. Com que países existe o acordo judiciário?

Com Cabo Verde e S. Tomé.

 

 

29. Quando é que a criança passa a ser Portuguesa?

A criança passa a ser Portuguesa após a nacionalidade ser requerida e atribuída (de acordo com o artigo 5.º da Lei da Nacionalidade).

 

 

30. Um processo de adopção internacional tem custos?

Sim, a fase da avaliação é gratuita mas o resto do processo tem custos que variam consoante o país de origem da criança, nomeadamente, legalização e tradução de documentos, recurso a advogados e outras formalidades, eventualmente exigidas.

 

 

31. É obrigatório constituir advogado?

Depende dos países.

 

 

32. Existem entidades mediadoras de adopção internacional em Portugal?

Sim, três organismos estrangeiros acreditados para o exercício da actividade mediadora, sendo Portugal país de origem, nomeadamente a AFA, DanAdopt e BrasKind.

 

 

33. E organismos acreditados para o exercício da actividade mediadora tendo Portugal como país de acolhimento?

Por enquanto, A Associação Emergência Social.

 

 

34. Quanto tempo deverei permanecer no País de origem da criança?

É bastante variável, havendo países que exigem determinado período de permanência consoante a idade da criança.

 

Retirado de Meninos do Mundo

 

Jorge Soares

 

 

publicado por Jorge Soares às 15:13
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Quinta-feira, 26 de Novembro de 2009

Ao cuidado da SIC

No passado dia 1 de Novembro, no programa Grande Reportagem da SIC foi transmitida a reportagem Os Laços e Nós, apresentada pela Jornalista Cristina Boavida e com direcção de Alice Vieira. Neste programa foram entrevistadas várias crianças que estão no centro de acolhimento. Com excepção de uma, todas estas crianças tem menos de 16 anos e todas aparecem com o rosto visível e perfeitamente identificáveis. A emissão de imagens ou elementos identificadores de crianças e jovens em perigo é proibida pela Lei 147/99 de 01 de Setembro no número 1 do seu artº  90, incorrendo na prática de crime de desobediência quem as perpetrar.

 

 Durante a semana que seguiu a apresentação do programa, enviamos vários emails para a SIC ( atendimento@sic.pt ) à  atenção da Director de Programas: Nuno Santos e do Director de Informação: Alcides Vieira, expressando o desejo de  que em futuros programas esta emissora cumpra a lei no que refere à protecção de crianças institucionalizadas assim  como que seja retirada do site da emissora a reportagem em causa. Até à data,  não recebemos qualquer reposta e a  reportagem continua online o que só demonstra o desrespeito continuado e reiterado da SIC pelo direito à privacidade  e dignidade destas crianças.

 

Retirado do Site da Missão Criança

publicado por Jorge Soares às 13:30
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Segunda-feira, 12 de Outubro de 2009

Adopção:Como a justiça portuguesa pode ser surreal

 Adopção, há coisas na justiça portuguesa que são surreais

 

Há uns tempos escrevi um post que tinha por titulo: Adopção:Sou mãe adoptiva - preciso desabafar,  e que aconselho a irem ler aqui, entre outras coisas aquela mãe dizia o seguinte:

 

"Eu e o meu marido, fizemos o nosso processo de adopção correctamente, através da Seg. social e estivemos quase cinco anos à espera que o telefone tocasse. Temos a viver connosco duas  irmãs já fez um ano. Quando vieram viver connosco, tinham sete e quatro anos. Recentemente, fomos à audiência para a adopção plena e qual não é o nosso espanto, quando o juiz nos diz que por ele estava tudo muito bem, mas que no nosso processo falta um documento - o da autorização dos pais biológicos - e que portanto tinha de pedir ao tribunal onde foi decretado que as crianças iam para adopção, que verificasse se se tinha extraviado, senão teria de mandar a GNR ir à procura dos pais biológicos para obter o seu consentimento!!!! (nesta altura do campeonato!)."

 

Recebi um mail da mesma mãe, que para além de me deixar muito feliz por ela e por aquelas duas crianças, me deixou perplexo, a forma como as coisas se terminaram por resolver é no mínimo surreal e mostra o quanto a nossa justiça mais que depender das leis, depende das pessoas e da forma como estas olham para os assuntos.. vejam lá se isto não é surreal?

 

 

Está tudo resolvido, a sentença já saiu e as alterações de nomes das meninas já seguiram para a conservatória!! 2ª feira já vou pedir as novas certidões de nascimento e fazer a marcação para emissão dos cartões únicos!!! Agora já ninguém mos tira!!!

Agora, quer saber como se resolveu tudo?? Depois daquele inferno para o qual nos vimos violentamente atirados, tivemos a felicidade da juíza ir de licença de parto e o Juiz que ficou com o nosso caso decidir logo que a adopção plena estava decretada!! Já viu?? É óbvio que nós ficámos felicíssimos, mas não deixo de pensar como é incrível poder haver duas decisões tão diferentes, como pode ser uma questão de sorte ou azar, cair nas mãos de um juiz ou de outro!!! Se a senhora não tem ido de licença, nós ficávamos numa situação inacreditável, porque, para cúmulo, como se já não bastasse o medo de qual seria a reacção da mãe biológica, não nos era facultada qualquer informação!! 

 

Eu sei a angustia porque passaram estes pais, nós passamos por algo muito parecido no nosso primeiro processo de adopção, e sei o que pode doer a incerteza do que poderá acontecer... este tipo de coisas não deveria acontecer, é evidente que as leis devem ser cumpridas, mas será que há algum motivo para fazer sofrer as pessoas desta forma?

 

Jorge Soares

Post Publicado no blog:O que é o jantar?

 

publicado por Jorge Soares às 23:31
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Segunda-feira, 5 de Outubro de 2009

Adoptar em Portugal.. como as injustiças matam os sonhos

Adoptar em Portugal..e o sonho vai morrendo

Imagem retirada da internet

 

 

Ando há uns tempos a adiar o meu post mensal sobre a nossa espera, durante o verão a nossa esperança por um rápido desenrolar do nosso processo foi crescendo, as noticias eram animadoras.... até ao fim do verão... O verão passou, e nós esperamos. Esta semana a P. ligou para a segurança social de Setúbal, há um ano as perspectivas eram dois anos de espera, agora passou para três.. seria um balde de água fria... não fosse nós já estarmos habituados a este tipo de coisas.

 

Há pouco estava a ler este texto da Susana e fiquei a pensar, em como se matam os sonhos. Porque a verdade é que à medida que o tempo vai passando, o sonho vai morrendo... os sonhos não morrem????!!!!... mas pouco a pouco vamos deixando de acreditar.... vamos tendo menos capacidade para sonhar.

 

O caso da Susana é muito especifico, ela quer uma criança até um ano, e todos sabemos que há muito poucas crianças com essas características, mas nós queremos uma criança até à idade escolar, sem descriminação de raça e deixamos claro que poderíamos aceitar uma criança com alguns problemas de saúde....

 

Entretanto a raiva vai crescendo dentro de mim cada vez que sei de mais um caso de alguém que se inscreveu depois de nós e recebeu uma criança com as características que colocamos.... é uma raiva que vai crescendo devagarinho... é claro que todos estes casos são em Lisboa, mas será justo que as pessoas de Lisboa passem à frente de todo o resto do país?

 

Não me vou estender... só deixo aqui um comentário da mesma Susana

 

"Mais uma vez, ontem vi na SIC no novo programa da Fátima Lopes 2 mulheres que adoptaram crianças uma com 19 mêses e outra com 15 dias. Como é possivel adoptar uma criança com 15 dias? Então não nos dizem que até a criança ter o processo resolvido leva cerca de um ano? A Srª que adoptou a criança de 19 mêses esteve 4 anos à espera, a outra não sei porque não ouvi a reportagem desde o inicio. Ao ver estes testemunhos ainda me sinto mais revoltada e desmotivada."

 

Não há maneira absolutamente nenhuma de que alguém receba pela via legal, uma criança de 14 dias..... será que não há quem investigue estas coisas?

 

 

Porque

não vens agora, que te quero

E adias esta urgencia?

Prometes-me o futuro e eu desespero

O futuro é o disfarce da impotência....

 

Hoje, aqui, já, neste momento,

Ou nunca mais.

A sombra do alento é o desalento

O desejo o imite dos mortais.

 

Miguel Torga

 

Jorge Soares

 

Texto publicado inicialmente no Blog O que é o jantar?

publicado por Jorge Soares às 22:48
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Segunda-feira, 28 de Setembro de 2009

As listas Nacionais de Adopção não são Rankings…

adopção

Imagem da internet

 

A história das listas nacionais de adopção, tem dado muito que falar desde a sua constituição…Por um lado, os candidatos ouvem das suas equipas de adopção que não as utilizam, mas apenas utilizam as listas distritais, depois existe o poder politico, que jura a pés juntos que as listas nacionais funcionam (ver aqui) e que são umas das responsáveis pelo aumento das adopções em Portugal.

 

Mas deixo aqui sobre o assunto um testemunho encontrados no fórum da www.apfertelidade.org 

 

RESPOSTA DA SS AO PEDIDO DE INFORMAÇÃO SOBRE O nº NA LISTA NACIONAL.

Encontram-se registados na Lista de Candidatos à Adopção Nacional Residentes em Portugal (CANRP) com o nº xxxxxxxxxxxx, criado em 17/04/2006 e no estado de "aguarda proposta".

" Relativamente à informação solicitada sobre o "lugar que ocupa" na CANRP, informamos que não é possível a este serviço dar uma resposta concreta, uma vez que a base de dados para a adopção, não foi  concebida para a elaboração de um "ranking" dos candidatos à adopção em lista de espera, antes tem a finalidade prevista no artº 11º-B do DI nº 185/93, 22 de Maio, ou seja:

a)Identificar o candidato com as condições mais adequadas ao perfil da criança.
b) Identificar as crianças em situação de adaptabilidade.
c)Garantir uma maior equidade e transparência no processo de confiança do adoptado ao candidato a adoptante
d) Aumentar as possibilidades de adopção da criança, introduzindo maior celeridade nesse procedimento".

 

Patricia

publicado por Missão Criança às 21:05
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Sábado, 18 de Julho de 2009

adopção:Pais do coração

Adopção;Pais do coração

 

Recebi as perguntas por mail há bastante tempo, a publicação foi sendo adiada,  saiu este Sábado na Revista Ns do DN e Jornal de Noticias, o link está aqui para quem quiser ler, como há sempre muito mais a dizer e eu disse muito mais, deixo aqui as perguntas que me foram enviadas pela jornalista e as minhas respostas.

 

Não gostei do titulo... mas também não tenho nada de gostar.

 

 - No seu caso específico, que razões o levaram a abraçar esta problemática das adopções e do direito de todas as crianças a um lar de amor?

 

Sou pai adoptivo e biológico e neste momento candidato à adopção, o meu primeiro processo foi à mais de 10 anos e na altura sentimos muita falta de informação e de apoio. Um processo de adopção é sempre doloroso, a maior parte do tempo existe um enorme vazio e sentimos a  falta de podermos partilhar com outras pessoas. Após a adopção o sentimento mudou, mas o vazio continuava ali, a necessidade de sentir apoio e de partilhar com outras pessoas que estivessem ou tivessem passado pelo mesmo que nós mantinha-se. Com o tempo criamos um grupo de discussão, o grupo nós adoptamos e foi como uma bola de neve que foi crescendo, fiz parte do grupo que organizou os dois primeiros encontros nacionais de adopção, ambos em Setúbal, e a proximidade com pais e candidatos fez com que interiorizasse a problemática da adopção nas suas várias vertentes.

 

- Sendo o acolhimento familiar de crianças uma medida que pressupõe o seu bem-estar e a vontade de ajudá-las em primeiro lugar, como se explica que haja tantos casos (e tão fortemente mediáticos) de disputas com os pais biológicos?

 

Na verdade não há assim tantos casos, não faço ideia quantas crianças existirão em acolhimento, mas dois ou três casos não são muitos casos, para mais que os dois mais mediáticos, o da Esmeralda e o da Alexandra, são casos que passaram ao lado da segurança social e não são casos de acolhimento.  Passaram  à margem da lei e por isso se tornaram casos judiciais e depois em casos mediáticos por força da cobertura jornalística a que foram sujeitos... e diga-se de passagem que eu acho que a comunicação social fez um péssimo trabalho em ambos os casos.

 

- O que funciona mal no sistema que permite que tais situações aconteçam?

 

Nestes casos o que funcionou mal foram as pessoas que subverteram todo o processo, se as crianças tivessem sido entregues à Protecção de Menores em lugar de a casais que não estavam habilitados para os receberem, nada disto tinha acontecido. O acolhimento familiar está legislado e funciona, o que acontece é que muitas vezes as pessoas utilizam esquemas para tentar abreviar os processos de adopção, e depois utilizam a comunicação social para chamarem a atenção para situações que nunca deveriam ter existido.

 

- Uma vez que os laços afectivos de quem acolhe pelas crianças são inevitáveis, faz sentido que a lei não abra caminho para a adopção por parte das famílias de acolhimento interessadas em ficar com a criança? Mesmo nos casos em que a alternativa é o regresso à instituição ou a uma família biológica que venha a revelar-se incapaz de tratar convenientemente d@ filh@?

 

É  preciso entender que as crianças que vão para acolhimento são as que não tem como projecto de vida a adopção, se o objectivo final fosse a adopção, elas não passariam por famílias de acolhimento, iriam directamente para a adopção e para uma família que as desejasse e que estivesse disposta a dar amor e carinho. Se vão para acolhimento é porque o tribunal entende que não serão adoptadas, se tivermos em conta este princípio, a pergunta nem faz sentido. Por outro lado, as famílias de acolhimento são informadas desde o inicio qual a situação da criança e do facto que não a vão poder adoptar, as pessoas vão para o acolhimento conhecendo todos os factos. O que acontece é que há muita gente que tenta utilizar o acolhimento como um método rápido para a adopção, acham que todas as crianças que vão para acolhimento são crianças que foram abandonadas e maltratadas, evidentemente isto não é verdade, há muita gente que passa por dificuldades e prefere entregar os seus filhos ao estado a que estes passem necessidades.. e há quem refaça a sua vida.

 

Nos casos em que a família não consegue refazer a sua vida, as crianças vão para adopção e há muitíssimos candidatos disponíveis, pessoas que foram avaliadas e aprovadas como aptas, o que não aconteceu com as famílias de acolhimento.

 

- A legislação portuguesa relativa ao acolhimento familiar temporário está ao nível da de outros países com realidades semelhantes?

 

Eu não conheço a legislação dos outros países, mas não acho que a legislação portuguesa esteja errada, o que está errado é muitas vezes a mentalidade das pessoas, que tentam a todo custo subverter as leis em seu favor.

 

- O que precisava de mudar para garantir uma maior prática de acolhimento familiar (e por conseguinte uma menor institucionalização), uma preparação suficiente das famílias que recebem as crianças e um acompanhamento adequado de todos os casos?

 

Há muitas coisas a mudar, mas eu nem acho que o problema esteja no acolhimento familiar, em primeiro lugar haveria que mudar os juízes, a maioria dá uma clara primazia ao biológico, a tendência é dar oportunidades aos pais, espera-se sempre que estes recuperem, dão-se todas as oportunidades aos pais e à família biológica e nenhuma às crianças, entretanto estas esperam anos, vão crescendo em centros de acolhimento sem conhecer o carinho de uma família, sem amor.  Quando finalmente alguém decide que não vai haver recuperação, a criança perdeu uma parte da sua vida e já tem 7 ou 8 anos,  com essa idade já não há quem a queira. Por outro lado muitos centros de acolhimento não tem equipas capazes para encaminhar os processos, mesmo que as famílias não apareçam, as crianças não são sinalizadas, há centros de acolhimento em Portugal de onde nunca saiu uma criança para adopção, as crianças representam um rendimento mensal muito alto e nem sempre se pensa primeiro no bem estar delas.

Sou presidente e um dos fundadores da Missão Criança, uma associação que tem por objectivo precisamente a defesa destas crianças.

 

- E em relação à adopção: porque é que a maioria dos processos acaba por se revelar tão complicada em Portugal?

 

Na verdade os processos não são complicados, um processo de adopção é muito simples, basicamente respondemos a um questionário e participamos me 3 entrevistas, o problema é que em Portugal há muitos mais candidatos que crianças para adoptar, das 11000 crianças entregues ao estado só perto de mil tem como projecto de vida a adopção, logo, existem tempos de espera muito longos, porque há poucas crianças e muitos candidatos.

 

- Conhece algum caso específico em que a família de acolhimento temporário se dê bem com a biológica em nome do bem-estar primeiro da criança?

 

Não, conheço muitos famílias que adoptaram ou que pensam adoptar, mas não conheço famílias de acolhimento.

 

- Como é que se poderia, de forma efectiva e célere, garantir o delinear de um projecto de vida adequado para cada criança?

 

Teria que se pensar sempre em primeiro lugar na criança, e não na família biológica.

 

- No caso da Esmeralda a decisão do tribunal foi a mais acertada, tendo em conta o equilíbrio da menina e o facto de ter sido a família de acolhimento a criá-la nos primeiros cinco anos de vida (uma idade decisiva)? E no caso da pequena Alexandra, a menina russa?

 

No caso Esmeralda existiram muitas decisões dos tribunais, a primeira foi quando a criança tinha 8 meses, se em lugar de criar uma guerra na justiça, tivessem entregue a criança nessa altura, a sua pergunta nem se colocava. O problema é que aquela família tentou por todos os meios contrariar a lei e os tribunais, só eles são culpados de que a situação se tenha arrastado. Eles só ficaram com a criança até aos cinco anos porque nunca cumpriram a lei e as ordens do tribunal. É evidente que com 5 anos a criança sofreu, mas de quem foi a culpa?

 

No caso da Alexandra nunca existiu abandono, eu vi a entrevista que a família deu à RTP e o que foi dito ali mostrou que a mãe esteve sempre presente, as leis existem para defender as crianças.

 

Estes casos constituem precedentes que podem ser muito graves, porque podem dar a ideia de que basta arranjarmos alguém que nos dê uma criança para ela ser nossa e isto pode abrir caminho a muitos esquemas, inclusivamente ao tráfico de crianças, eu sou candidato à adopção, no primeiro processo esperei 3 anos, neste estou à espera há um ano, se alguém me disser que um caso como o da Esmeralda passa a ser legal, vou ali à esquina, levo um maço de notas e arranjo alguém que me dê uma criança, ou mando vir uma de uma favela do Brasil, ou arranjo uma prostituta Russa que tenha uma para mim... é muito mais fácil e mais rápido que aturar assistentes sociais e estar anos à espera que o telefone toque... é preciso ver que estes casos são muito perigosos para o futuro da adopção em Portugal... por isso sim, eu acho que em ambos os casos a justiça esteve bem.

 

Jorge Soares

Publicado inicialmente no Blog:O que é o jantar

publicado por Jorge Soares às 23:38
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Sexta-feira, 22 de Maio de 2009

Meninos do Mundo

 Meninos do mundo

 

Olá Amigos,


Porque o Mundo que temos hoje depende em muito de todos nós e da coragem e força que alguns de nós tem para arregaçar as mangas e defender certas causas, venho primeiro que tudo partilhar a existência de uma nova associação – Associação Meninos do Mundo, criada no fim de 2008.

O lema desta Associação é :

Uma criança é uma criança em qualquer parte do mundo!

O que quer esta associação é que todas as crianças tenham o direito a uma família e para isso ajudam na Adopção Internacional.
Neste momento a Associação Meninos do Mundo, com o objectivo de obter fundos para a construção de um Centro de Apoio para crianças na ilha de Santo Antão em Cabo Verde, lançou a Campanha “De mãos dadas pelo Mundo”.
Esta Campanha consiste na venda de T-Shirts cujos fundos angariados reverterão para a construção da infraestrutura acima mencionada.
As T-Shirts em causa, cujo custo é de €10, serão produzidas nos tamanhos abaixo indicados sendo que, em anexo, junto uma fotografia das mesmas.

Referência Tamanho (*) Idade Criança
1 138 cm / 28 cm 2/3 anos
2 41 cm / 32 cm 3/4 anos
3 46 cm / 35 cm 5/6 anos
4-5 50 cm / 41 cm 7/8 anos
6-8 54 cm / 43 cm 9/10 anos
10-12 60 cm / 46 cm 12/14 anos
(*) Altura / Largura

Tamanho Adulto
Small , Medium , Large , XL

Esta iniciativa resulta de uma parceria com a empresa “Grão de Bico” (http://www.graodebico.pt/) que concebeu as T-Shirts.
A mensagem que se pretende fazer passar com a mesma é a de que UMA CRIANÇA É UMA CRIANÇA EM QUALQUER PARTE DO MUNDO.

Para este efeito, não só contribui a imagem criada especialmente para a Campanha como o facto da frase estar reproduzida em diversas línguas (Português, Mandarim, Inglês, Hindi, Espanhol, Árabe, Francês e Zulu).
Para mais informações acerca da Campanha “De mãos dadas pelo Mundo” bem como do mencionado Centro de Apoio, poderão consultar o site em http://www.meninosdomundo.org/.

Considerando a proximidade do Dia Mundial da Criança, aqui fica esta mensagem para o caso de estarem interessados em adquirir as T-Shirts, pedindo ainda a vossa colaboração no sentido de divulgarem esta Campanha pelo maior número de pessoas possível.

São só 10 euros para nós, mas muitos 10 euros juntos são de grande importância para estas instituições tão necessitadas.

publicado por Missão Criança às 00:12
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Terça-feira, 14 de Abril de 2009

Adopção:Crianças devolvidas, porquê?

Crianças devolvidas
 
Não me lembro quando foi a primeira vez que ouvi falar de crianças devolvidas por pais adoptivos, mas como devem imaginar é um assunto que me choca, se já é mau que uma criança seja abandonada, imaginem o que sentirá quando é abandonada uma segunda vez.  É difícil sequer imaginar o que possa sentir uma criança que por vezes está anos à espera, uma criança que muitas vezes anseia por uns pais que lhe dêem amor e carinho e que quando finalmente acha que os encontrou, é posta de lado como se de um brinquedo defeituoso se tratasse, conseguem imaginar o que se possa sentir?
 
Já ouvi umas 4 ou 5 histórias de devoluções de crianças, ontem um dos jornais falava de um casal que devolveu uma criança porque ela não se conseguiu entender com o cão da família. Acreditem ou não, este não foi o caso que mais me chocou. O caso de devolução que mais me chocou foi um em que o motivo para a devolução era... que a criança era carinhosa demais. A candidata a mãe (ia dizer mãe, mas há pessoas que não merecem esse nome) dizia que a criança se tinha apegado demais a ela, que só queria beijinhos e abraços e que nem no centro comercial desgrudava. Quando me contaram isto eu simplesmente não consegui acreditar.... 
 
Segundo  o mesmo jornal, no últimos 4 anos 80 crianças foram devolvidas aos centros de acolhimento, há uns meses o número era de 70, agora passou para 80, não faço ideia de onde tiraram a informação, mas eu entendo que mais que o número, o que interessa aqui é  perceber o que falhou, sim, porque é muito fácil deitar as culpas para quem devolve a criança, mas falta o resto, e o resto está evidentemente em quem avaliou e aprovou essas pessoas como candidatos a adoptar.
 
Os processos de adopção demoram pelo menos 6 meses, é necessário responder a questionários com muitas e complicadas questões, são necessárias entrevistas sociais e psicológicas.... o que falha?
 
Do meu ponto de vista falham muitas coisas, evidentemente que em primeiro lugar falham os candidatos, para a adopção é necessário ir com o coração, há muita gente que só vai para a adopção em ultimo recurso, quando já esgotaram todos os restantes recursos, pessoas que sonham e anseiam com um bebé, sangue do seu sangue...e que depois quando recebem uma criança que de bebé já não tem nada, quando lhes entra pela casa dentro um estranho com vontade própria e que muitas vezes tem uma historia de vida que não se recomenda a ninguém, simplesmente concluem que não são capazes.
 
Mas será que estas situações não deveriam ser detectadas pelas equipas de avaliação? Do meu ponto de vista é claro que sim, se a maioria dos processos até leva mais que os seis meses de lei, porque é que estas coisas acontecem, como é que uma psicóloga não detecta algo estranho numa mãe que depois devolve uma criança porque é carinhosa demais? 
 
Este é um tema muito complicado, mas termino como comecei, no meio de tudo isto quem sofre são as crianças, ser abandonado uma vez, ser colocado num centro de acolhimento onde muitas vezes não se passa de mais um numero, ser esquecido pela família e pelo estado e quando finalmente se pensa que se encontrou uma vida...ser abandonado de novo como se de uma peça defeituosa se tratasse..deve ser algo que marca para toda a vida...e nenhuma criança deveria ter de passar por isso.
 
Adoptar uma criança não é fácil, não tem nada a ver com passar-se 9 meses a ver crescer uma barriga, pensar nos nomes que iremos escolher, ver as fotografias das eco grafias, sonhar com a cor dos olhos, adoptar não é nada disso. Adoptar é receber nos nossos braços um ser humano que existe, um ser humano que já viveu e que muitas vezes tem opinião e maus hábitos. Adoptar  é receber em nossa casa um estranho que não nos diz nada e que de um dia para o outro veio para ficar.
 
A maioria dos candidatos cria expectativas, sonha com esse filho que tanto deseja, idealiza pessoas e situações, acreditem em mim, a probabilidade de que as coisas sejam como as idealizaram.. é muito pequena... mesmo muito pequena... e na maior parte dos casos, não é nada fácil, porque não podemos esquecer que estamos a falar de crianças que já foram marcadas pela vida muito antes de nos conhecerem. Por isso, adoptar tem que vir do coração.
 
Jorge
Publicado inicialmente no blog O que é o jantar?

  

publicado por Missão Criança às 14:19
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