Segunda-feira, 29 de Novembro de 2010

APADRINHAMENTO À DISTÂNCIA ORFANATO CASA EMANUEL - GUINÉ-BISSAU

Apadrinhamento à distancia

 

Imagem do Sorrisos sem cor

 

Trata-se de uma ligação simbólica entre nós e as crianças que apadrinhamos.


É um elo que criamos e que pode fazer toda a diferença nas suas pequenas vidas...
É uma forma de ajudarmos as crianças mais desfavorecidas, órfãs, vítimas de abandono e de inúmeras doenças.


Com apenas 20€ por mês, estamos a contribuir para ajudar a melhorar as condições em que vivem, a proporcionar-lhes uma alimentação mais saudável, a dar-lhes a hipótese de irem à escola e de terem algum material escolar.


No apadrinhamento à distância, os padrinhos e as madrinhas têm também a hipótese de trocar correspondência com os seus afilhados, seguir o seu percurso escolar e até, quem sabe um dia, visitá-los no local onde vivem.


Um pequeno gesto que nos pode transformar em melhores pessoas e que nos dá a oportunidade única de criar sorrisos e melhorar a vida das crianças da Guiné-Bissau.

 

Para melhor conhecer esta instituição vá a http://casaemanuelguineabissau.blogspot.com/

 

Caso esteja interessado em se tornar padrinho ou madrinha de uma destas crianças envie um mail para joanafigueiredocruz@gmail.com

 

Joana Cruz

Sorrisos sem cor

publicado por Jorge Soares às 23:23
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Quinta-feira, 5 de Agosto de 2010

Adopção: Como (não) adoptar um bebé!!!!

Como (não) adoptar bebés

 

Imagem da internet

 

Este post é dedicado à Ana, que me deixou um comentário ao post de ontem e a todas as pessoas que chegam até este blog procurando informação sobre como adoptar bebés em Portugal... e eu sei que são muitas.

 

O Comentário da Ana dizia o seguinte:

 

Eu ando a procura de uma bebe de 4 meses para adoptar obrigada e urgente

 

Bom Ana, não sei o que queres dizer com é urgente, mas deixa-me dizer-te que na adopção nada é urgente... nada, nem para as crianças, nem para os candidatos...

 

Como em tudo na vida haverá excepções, mas adoptar um bebé de 4 meses é algo que quanto a mim, pela via legal não é possível,  vejamos porquê: Mesmo que no momento do nascimento a mãe assine um documento a dizer que entrega a criança para  adopção, por lei há um prazo de seis semanas para que a esta possa reconsiderar e decidir ficar com o seu filho. Ao fim de seis semanas é considerado abandono e o caso é encaminhado para o tribunal de família.

 

Chegado ao tribunal, o juiz inicia um processo de averiguação, na maioria dos casos este não considera válido o documento assinado pela mãe no hospital, para ser válido tem que ser assinado ante um notário. Há juízes que exigem ouvir a mãe pessoalmente o que na maioria dos casos é muito difícil pois as pessoas que deixaram os filhos no hospital não costumam deixar moradas reais.. entretanto o caso fica parado enquanto se averigua  onde está a família. Depois de ouvida a mãe  e no caso de que ela mantenha a decisão, é consultada a família alargada, mais tempo de espera...

 

Com tudo isto o tempo foi passando e quando finalmente se decide que a criança vai para adopção, já passaram muitos meses e o bebé já cresceu.. Por tudo isto eu diria que pela via legal, dificilmente alguma criança possa ser entregue aos candidatos a pais antes dos 8 ou 9 meses de idade.

 

Voltando ao pedido da Ana, se descontarmos as 6 semanas iniciais, para ser entregue com 4 meses, todo este processo legal deveria ser concluído em 6 semanas.. alguém acredita que isso seja possível? Para já não falar de que antes sequer de poder adoptar, é necessário passar pelo processo de selecção de candidatos.. pelo menos seis meses... lamento Ana, mas nas adopções não há urgências... ter um filho é algo que leva o seu tempo... e nas adopções é sempre mais de 9 meses.... infelizmente na maioria dos casos é muito mais de 9 meses.

 

É verdade que como diz a Cristina noutro comentário ao mesmo post, ultimamente temos ouvido falar da entrega de bebes de 3 e 4 meses aos candidatos... atendendo ao que disse acima, será que a segurança Social está a entregar estas crianças com os processos legais concluídos? E no caso de os processos não estarem concluídos será que os candidatos sabem o risco que correm ao receber uma criança nestas condições?

 

O N. foi-nos entregue com um ano de idade e com o projecto de vida definido pelo tribunal, mesmo assim, um ano depois no processo de adopção plena a juíza decidiu que queria ouvir a opinião do pai.. já ele tinha dois anos, ninguém imagina o que nós sofremos ao pensar que o senhor se poderia opor à adopção. É a isto que os candidatos se arriscam ao receberem crianças com 3 ou 4 meses.

 

É claro que há quem se arrisque a mais... há uns tempos li o seguinte neste  blog:

 

Eu como percebi que ela não estava a entender o motivo e percebeu certamente algo que não me agradou como se nós estivemos contra isso, disse-lhe na cara que o Prof. conceituado me propôs um bebé da MAC com dois dias!!!!!

 

Não era adoptar mas sim eu sair da MAC com um filho nos braços e registar como meu! Claro que o negámos de IMEDIATO!!!

 

Não é novidade nenhuma, todos já ouvimos falar disto, todos sabemos que estas coisas acontecem.. infelizmente há muita gente que se aproveita do desespero de quem quer ser pai e não consegue. São casos como este que depois levam a situações como a da Esmeralda ou o da menina russa... mas se calhar explicam algumas das "adopções" de bebés de que ouvimos falar.

 

Portanto, se chegou até aqui à procura de como adoptar bebés,..esqueça, isso não existe.

 

Jorge Soares

Publicado inicialmente no blog O que é o jantar?

publicado por Jorge Soares às 15:28
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Quinta-feira, 17 de Dezembro de 2009

Um milagre no dia de natal

Um milagre no dia de natal

 

Era uma vez um menino que era muito pobre e que não tinha família. Mas já era a quinta vez que ele pedia de prenda de natal e este ano ele pediu o mesmo presente que era ter uma família. No dia de natal o menino acordou de manhã e tinha um presente ao lado dele, e quando abriu o presente estava lá a dizer:

 

Do pai natal:Vai-te levar a uma associação de meninos que não tem família e vão-te levar para umas pessoas que querem adoptar um rapaz.

 

Quando a associação o levou para as pessoas que queriam ser seus pais, ele nunca mais esqueceu esse dia de natal e da sua prenda, uma bela família.

 

Nuno, 9 anos

publicado por Jorge Soares às 00:23
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Quinta-feira, 26 de Novembro de 2009

Ao cuidado da SIC

No passado dia 1 de Novembro, no programa Grande Reportagem da SIC foi transmitida a reportagem Os Laços e Nós, apresentada pela Jornalista Cristina Boavida e com direcção de Alice Vieira. Neste programa foram entrevistadas várias crianças que estão no centro de acolhimento. Com excepção de uma, todas estas crianças tem menos de 16 anos e todas aparecem com o rosto visível e perfeitamente identificáveis. A emissão de imagens ou elementos identificadores de crianças e jovens em perigo é proibida pela Lei 147/99 de 01 de Setembro no número 1 do seu artº  90, incorrendo na prática de crime de desobediência quem as perpetrar.

 

 Durante a semana que seguiu a apresentação do programa, enviamos vários emails para a SIC ( atendimento@sic.pt ) à  atenção da Director de Programas: Nuno Santos e do Director de Informação: Alcides Vieira, expressando o desejo de  que em futuros programas esta emissora cumpra a lei no que refere à protecção de crianças institucionalizadas assim  como que seja retirada do site da emissora a reportagem em causa. Até à data,  não recebemos qualquer reposta e a  reportagem continua online o que só demonstra o desrespeito continuado e reiterado da SIC pelo direito à privacidade  e dignidade destas crianças.

 

Retirado do Site da Missão Criança

publicado por Jorge Soares às 13:30
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Segunda-feira, 12 de Outubro de 2009

Adopção:Como a justiça portuguesa pode ser surreal

 Adopção, há coisas na justiça portuguesa que são surreais

 

Há uns tempos escrevi um post que tinha por titulo: Adopção:Sou mãe adoptiva - preciso desabafar,  e que aconselho a irem ler aqui, entre outras coisas aquela mãe dizia o seguinte:

 

"Eu e o meu marido, fizemos o nosso processo de adopção correctamente, através da Seg. social e estivemos quase cinco anos à espera que o telefone tocasse. Temos a viver connosco duas  irmãs já fez um ano. Quando vieram viver connosco, tinham sete e quatro anos. Recentemente, fomos à audiência para a adopção plena e qual não é o nosso espanto, quando o juiz nos diz que por ele estava tudo muito bem, mas que no nosso processo falta um documento - o da autorização dos pais biológicos - e que portanto tinha de pedir ao tribunal onde foi decretado que as crianças iam para adopção, que verificasse se se tinha extraviado, senão teria de mandar a GNR ir à procura dos pais biológicos para obter o seu consentimento!!!! (nesta altura do campeonato!)."

 

Recebi um mail da mesma mãe, que para além de me deixar muito feliz por ela e por aquelas duas crianças, me deixou perplexo, a forma como as coisas se terminaram por resolver é no mínimo surreal e mostra o quanto a nossa justiça mais que depender das leis, depende das pessoas e da forma como estas olham para os assuntos.. vejam lá se isto não é surreal?

 

 

Está tudo resolvido, a sentença já saiu e as alterações de nomes das meninas já seguiram para a conservatória!! 2ª feira já vou pedir as novas certidões de nascimento e fazer a marcação para emissão dos cartões únicos!!! Agora já ninguém mos tira!!!

Agora, quer saber como se resolveu tudo?? Depois daquele inferno para o qual nos vimos violentamente atirados, tivemos a felicidade da juíza ir de licença de parto e o Juiz que ficou com o nosso caso decidir logo que a adopção plena estava decretada!! Já viu?? É óbvio que nós ficámos felicíssimos, mas não deixo de pensar como é incrível poder haver duas decisões tão diferentes, como pode ser uma questão de sorte ou azar, cair nas mãos de um juiz ou de outro!!! Se a senhora não tem ido de licença, nós ficávamos numa situação inacreditável, porque, para cúmulo, como se já não bastasse o medo de qual seria a reacção da mãe biológica, não nos era facultada qualquer informação!! 

 

Eu sei a angustia porque passaram estes pais, nós passamos por algo muito parecido no nosso primeiro processo de adopção, e sei o que pode doer a incerteza do que poderá acontecer... este tipo de coisas não deveria acontecer, é evidente que as leis devem ser cumpridas, mas será que há algum motivo para fazer sofrer as pessoas desta forma?

 

Jorge Soares

Post Publicado no blog:O que é o jantar?

 

publicado por Jorge Soares às 23:31
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Segunda-feira, 5 de Outubro de 2009

Adoptar em Portugal.. como as injustiças matam os sonhos

Adoptar em Portugal..e o sonho vai morrendo

Imagem retirada da internet

 

 

Ando há uns tempos a adiar o meu post mensal sobre a nossa espera, durante o verão a nossa esperança por um rápido desenrolar do nosso processo foi crescendo, as noticias eram animadoras.... até ao fim do verão... O verão passou, e nós esperamos. Esta semana a P. ligou para a segurança social de Setúbal, há um ano as perspectivas eram dois anos de espera, agora passou para três.. seria um balde de água fria... não fosse nós já estarmos habituados a este tipo de coisas.

 

Há pouco estava a ler este texto da Susana e fiquei a pensar, em como se matam os sonhos. Porque a verdade é que à medida que o tempo vai passando, o sonho vai morrendo... os sonhos não morrem????!!!!... mas pouco a pouco vamos deixando de acreditar.... vamos tendo menos capacidade para sonhar.

 

O caso da Susana é muito especifico, ela quer uma criança até um ano, e todos sabemos que há muito poucas crianças com essas características, mas nós queremos uma criança até à idade escolar, sem descriminação de raça e deixamos claro que poderíamos aceitar uma criança com alguns problemas de saúde....

 

Entretanto a raiva vai crescendo dentro de mim cada vez que sei de mais um caso de alguém que se inscreveu depois de nós e recebeu uma criança com as características que colocamos.... é uma raiva que vai crescendo devagarinho... é claro que todos estes casos são em Lisboa, mas será justo que as pessoas de Lisboa passem à frente de todo o resto do país?

 

Não me vou estender... só deixo aqui um comentário da mesma Susana

 

"Mais uma vez, ontem vi na SIC no novo programa da Fátima Lopes 2 mulheres que adoptaram crianças uma com 19 mêses e outra com 15 dias. Como é possivel adoptar uma criança com 15 dias? Então não nos dizem que até a criança ter o processo resolvido leva cerca de um ano? A Srª que adoptou a criança de 19 mêses esteve 4 anos à espera, a outra não sei porque não ouvi a reportagem desde o inicio. Ao ver estes testemunhos ainda me sinto mais revoltada e desmotivada."

 

Não há maneira absolutamente nenhuma de que alguém receba pela via legal, uma criança de 14 dias..... será que não há quem investigue estas coisas?

 

 

Porque

não vens agora, que te quero

E adias esta urgencia?

Prometes-me o futuro e eu desespero

O futuro é o disfarce da impotência....

 

Hoje, aqui, já, neste momento,

Ou nunca mais.

A sombra do alento é o desalento

O desejo o imite dos mortais.

 

Miguel Torga

 

Jorge Soares

 

Texto publicado inicialmente no Blog O que é o jantar?

publicado por Jorge Soares às 22:48
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Segunda-feira, 28 de Setembro de 2009

As listas Nacionais de Adopção não são Rankings…

adopção

Imagem da internet

 

A história das listas nacionais de adopção, tem dado muito que falar desde a sua constituição…Por um lado, os candidatos ouvem das suas equipas de adopção que não as utilizam, mas apenas utilizam as listas distritais, depois existe o poder politico, que jura a pés juntos que as listas nacionais funcionam (ver aqui) e que são umas das responsáveis pelo aumento das adopções em Portugal.

 

Mas deixo aqui sobre o assunto um testemunho encontrados no fórum da www.apfertelidade.org 

 

RESPOSTA DA SS AO PEDIDO DE INFORMAÇÃO SOBRE O nº NA LISTA NACIONAL.

Encontram-se registados na Lista de Candidatos à Adopção Nacional Residentes em Portugal (CANRP) com o nº xxxxxxxxxxxx, criado em 17/04/2006 e no estado de "aguarda proposta".

" Relativamente à informação solicitada sobre o "lugar que ocupa" na CANRP, informamos que não é possível a este serviço dar uma resposta concreta, uma vez que a base de dados para a adopção, não foi  concebida para a elaboração de um "ranking" dos candidatos à adopção em lista de espera, antes tem a finalidade prevista no artº 11º-B do DI nº 185/93, 22 de Maio, ou seja:

a)Identificar o candidato com as condições mais adequadas ao perfil da criança.
b) Identificar as crianças em situação de adaptabilidade.
c)Garantir uma maior equidade e transparência no processo de confiança do adoptado ao candidato a adoptante
d) Aumentar as possibilidades de adopção da criança, introduzindo maior celeridade nesse procedimento".

 

Patricia

publicado por Missão Criança às 21:05
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Domingo, 20 de Setembro de 2009

Adopção:E o sonho vai morrendo

Adopção, e o sonho vai morrendo

 

Chamo-me Susana, somos um casal infértil jà hà 19 anos. Inscrevemo-nos na adopção em Março de 2004 para uma criança até 1 ano sem preferência de sexo, caucasiana, e sem problemas. Disseram-nos logo que era muto complicado, porque eu na altura tinha 34 anos e o meu marido 42 respectivamente.

 

Mesmo assim, passados 6 mêses o nosso processo estava concluido e estavamos aprovados para adoptar uma criança.


Desde essa altura e até 2008 a única palavra que tiveram conosco foi simplesmente uma carta que recebemos em 2006 a perguntarem se ainda estavamos interessados em mantermos o processo, obviamente que a resposta à carta foi afirmativa.


Em 2008 decidimos deslocarmo-nos à Segurança Social de Lisboa (minha área) para saber como estava a decorrer o nosso processo. Se quando me inscrevi a lista de espera estava em 4 a 5 anos, o que nos foi dito em 2008 é que as listas de espera estavam em 7 anos e que tinhamos que esperar, perguntei se podiamos alongar a idade da criança, foi-nos dito que não valia a pena, que quem espera 5 anos também espera mais 2.


Esperar...esperar...esperar...como se diz a um casal que espera 5 anos por um filho do coração para continuar a esperar? 


Em Maio fiz uma carta ao Director da Segurança Social a pedir resposta em relação ao nosso processo. A resposta foi a mesma...7 anos de espera para uma criança no distrito de Lisboa.


Estou a pensar fazer um mail, mas sinceramente não sei se vale a pena.


Neste momento tenho 39 anos e o meu marido 48. Muito provavelmente outros casais já passaram à nossa frente porque são mais jovens, mas quando nos inscrevemos também eramos jovens...


Passaram 5 anos e meio, não sei quantos mais terão que passar...não sei se quando fizer os 7 anos de espera a lista não sobe para os 10...não sei...só sei que desejamos muito um filho, temos um amor imenso para dar, e sei que está uma criança algures à espera do nosso amor, mas sem saber muito bem porque é que nos nos privam dessa oportunidade.


Susana Pina

A Susana é a autora do Blog Sonho ter um Filho

publicado por Missão Criança às 21:21
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Sábado, 18 de Julho de 2009

adopção:Pais do coração

Adopção;Pais do coração

 

Recebi as perguntas por mail há bastante tempo, a publicação foi sendo adiada,  saiu este Sábado na Revista Ns do DN e Jornal de Noticias, o link está aqui para quem quiser ler, como há sempre muito mais a dizer e eu disse muito mais, deixo aqui as perguntas que me foram enviadas pela jornalista e as minhas respostas.

 

Não gostei do titulo... mas também não tenho nada de gostar.

 

 - No seu caso específico, que razões o levaram a abraçar esta problemática das adopções e do direito de todas as crianças a um lar de amor?

 

Sou pai adoptivo e biológico e neste momento candidato à adopção, o meu primeiro processo foi à mais de 10 anos e na altura sentimos muita falta de informação e de apoio. Um processo de adopção é sempre doloroso, a maior parte do tempo existe um enorme vazio e sentimos a  falta de podermos partilhar com outras pessoas. Após a adopção o sentimento mudou, mas o vazio continuava ali, a necessidade de sentir apoio e de partilhar com outras pessoas que estivessem ou tivessem passado pelo mesmo que nós mantinha-se. Com o tempo criamos um grupo de discussão, o grupo nós adoptamos e foi como uma bola de neve que foi crescendo, fiz parte do grupo que organizou os dois primeiros encontros nacionais de adopção, ambos em Setúbal, e a proximidade com pais e candidatos fez com que interiorizasse a problemática da adopção nas suas várias vertentes.

 

- Sendo o acolhimento familiar de crianças uma medida que pressupõe o seu bem-estar e a vontade de ajudá-las em primeiro lugar, como se explica que haja tantos casos (e tão fortemente mediáticos) de disputas com os pais biológicos?

 

Na verdade não há assim tantos casos, não faço ideia quantas crianças existirão em acolhimento, mas dois ou três casos não são muitos casos, para mais que os dois mais mediáticos, o da Esmeralda e o da Alexandra, são casos que passaram ao lado da segurança social e não são casos de acolhimento.  Passaram  à margem da lei e por isso se tornaram casos judiciais e depois em casos mediáticos por força da cobertura jornalística a que foram sujeitos... e diga-se de passagem que eu acho que a comunicação social fez um péssimo trabalho em ambos os casos.

 

- O que funciona mal no sistema que permite que tais situações aconteçam?

 

Nestes casos o que funcionou mal foram as pessoas que subverteram todo o processo, se as crianças tivessem sido entregues à Protecção de Menores em lugar de a casais que não estavam habilitados para os receberem, nada disto tinha acontecido. O acolhimento familiar está legislado e funciona, o que acontece é que muitas vezes as pessoas utilizam esquemas para tentar abreviar os processos de adopção, e depois utilizam a comunicação social para chamarem a atenção para situações que nunca deveriam ter existido.

 

- Uma vez que os laços afectivos de quem acolhe pelas crianças são inevitáveis, faz sentido que a lei não abra caminho para a adopção por parte das famílias de acolhimento interessadas em ficar com a criança? Mesmo nos casos em que a alternativa é o regresso à instituição ou a uma família biológica que venha a revelar-se incapaz de tratar convenientemente d@ filh@?

 

É  preciso entender que as crianças que vão para acolhimento são as que não tem como projecto de vida a adopção, se o objectivo final fosse a adopção, elas não passariam por famílias de acolhimento, iriam directamente para a adopção e para uma família que as desejasse e que estivesse disposta a dar amor e carinho. Se vão para acolhimento é porque o tribunal entende que não serão adoptadas, se tivermos em conta este princípio, a pergunta nem faz sentido. Por outro lado, as famílias de acolhimento são informadas desde o inicio qual a situação da criança e do facto que não a vão poder adoptar, as pessoas vão para o acolhimento conhecendo todos os factos. O que acontece é que há muita gente que tenta utilizar o acolhimento como um método rápido para a adopção, acham que todas as crianças que vão para acolhimento são crianças que foram abandonadas e maltratadas, evidentemente isto não é verdade, há muita gente que passa por dificuldades e prefere entregar os seus filhos ao estado a que estes passem necessidades.. e há quem refaça a sua vida.

 

Nos casos em que a família não consegue refazer a sua vida, as crianças vão para adopção e há muitíssimos candidatos disponíveis, pessoas que foram avaliadas e aprovadas como aptas, o que não aconteceu com as famílias de acolhimento.

 

- A legislação portuguesa relativa ao acolhimento familiar temporário está ao nível da de outros países com realidades semelhantes?

 

Eu não conheço a legislação dos outros países, mas não acho que a legislação portuguesa esteja errada, o que está errado é muitas vezes a mentalidade das pessoas, que tentam a todo custo subverter as leis em seu favor.

 

- O que precisava de mudar para garantir uma maior prática de acolhimento familiar (e por conseguinte uma menor institucionalização), uma preparação suficiente das famílias que recebem as crianças e um acompanhamento adequado de todos os casos?

 

Há muitas coisas a mudar, mas eu nem acho que o problema esteja no acolhimento familiar, em primeiro lugar haveria que mudar os juízes, a maioria dá uma clara primazia ao biológico, a tendência é dar oportunidades aos pais, espera-se sempre que estes recuperem, dão-se todas as oportunidades aos pais e à família biológica e nenhuma às crianças, entretanto estas esperam anos, vão crescendo em centros de acolhimento sem conhecer o carinho de uma família, sem amor.  Quando finalmente alguém decide que não vai haver recuperação, a criança perdeu uma parte da sua vida e já tem 7 ou 8 anos,  com essa idade já não há quem a queira. Por outro lado muitos centros de acolhimento não tem equipas capazes para encaminhar os processos, mesmo que as famílias não apareçam, as crianças não são sinalizadas, há centros de acolhimento em Portugal de onde nunca saiu uma criança para adopção, as crianças representam um rendimento mensal muito alto e nem sempre se pensa primeiro no bem estar delas.

Sou presidente e um dos fundadores da Missão Criança, uma associação que tem por objectivo precisamente a defesa destas crianças.

 

- E em relação à adopção: porque é que a maioria dos processos acaba por se revelar tão complicada em Portugal?

 

Na verdade os processos não são complicados, um processo de adopção é muito simples, basicamente respondemos a um questionário e participamos me 3 entrevistas, o problema é que em Portugal há muitos mais candidatos que crianças para adoptar, das 11000 crianças entregues ao estado só perto de mil tem como projecto de vida a adopção, logo, existem tempos de espera muito longos, porque há poucas crianças e muitos candidatos.

 

- Conhece algum caso específico em que a família de acolhimento temporário se dê bem com a biológica em nome do bem-estar primeiro da criança?

 

Não, conheço muitos famílias que adoptaram ou que pensam adoptar, mas não conheço famílias de acolhimento.

 

- Como é que se poderia, de forma efectiva e célere, garantir o delinear de um projecto de vida adequado para cada criança?

 

Teria que se pensar sempre em primeiro lugar na criança, e não na família biológica.

 

- No caso da Esmeralda a decisão do tribunal foi a mais acertada, tendo em conta o equilíbrio da menina e o facto de ter sido a família de acolhimento a criá-la nos primeiros cinco anos de vida (uma idade decisiva)? E no caso da pequena Alexandra, a menina russa?

 

No caso Esmeralda existiram muitas decisões dos tribunais, a primeira foi quando a criança tinha 8 meses, se em lugar de criar uma guerra na justiça, tivessem entregue a criança nessa altura, a sua pergunta nem se colocava. O problema é que aquela família tentou por todos os meios contrariar a lei e os tribunais, só eles são culpados de que a situação se tenha arrastado. Eles só ficaram com a criança até aos cinco anos porque nunca cumpriram a lei e as ordens do tribunal. É evidente que com 5 anos a criança sofreu, mas de quem foi a culpa?

 

No caso da Alexandra nunca existiu abandono, eu vi a entrevista que a família deu à RTP e o que foi dito ali mostrou que a mãe esteve sempre presente, as leis existem para defender as crianças.

 

Estes casos constituem precedentes que podem ser muito graves, porque podem dar a ideia de que basta arranjarmos alguém que nos dê uma criança para ela ser nossa e isto pode abrir caminho a muitos esquemas, inclusivamente ao tráfico de crianças, eu sou candidato à adopção, no primeiro processo esperei 3 anos, neste estou à espera há um ano, se alguém me disser que um caso como o da Esmeralda passa a ser legal, vou ali à esquina, levo um maço de notas e arranjo alguém que me dê uma criança, ou mando vir uma de uma favela do Brasil, ou arranjo uma prostituta Russa que tenha uma para mim... é muito mais fácil e mais rápido que aturar assistentes sociais e estar anos à espera que o telefone toque... é preciso ver que estes casos são muito perigosos para o futuro da adopção em Portugal... por isso sim, eu acho que em ambos os casos a justiça esteve bem.

 

Jorge Soares

Publicado inicialmente no Blog:O que é o jantar

publicado por Jorge Soares às 23:38
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Sexta-feira, 22 de Maio de 2009

Meninos do Mundo

 Meninos do mundo

 

Olá Amigos,


Porque o Mundo que temos hoje depende em muito de todos nós e da coragem e força que alguns de nós tem para arregaçar as mangas e defender certas causas, venho primeiro que tudo partilhar a existência de uma nova associação – Associação Meninos do Mundo, criada no fim de 2008.

O lema desta Associação é :

Uma criança é uma criança em qualquer parte do mundo!

O que quer esta associação é que todas as crianças tenham o direito a uma família e para isso ajudam na Adopção Internacional.
Neste momento a Associação Meninos do Mundo, com o objectivo de obter fundos para a construção de um Centro de Apoio para crianças na ilha de Santo Antão em Cabo Verde, lançou a Campanha “De mãos dadas pelo Mundo”.
Esta Campanha consiste na venda de T-Shirts cujos fundos angariados reverterão para a construção da infraestrutura acima mencionada.
As T-Shirts em causa, cujo custo é de €10, serão produzidas nos tamanhos abaixo indicados sendo que, em anexo, junto uma fotografia das mesmas.

Referência Tamanho (*) Idade Criança
1 138 cm / 28 cm 2/3 anos
2 41 cm / 32 cm 3/4 anos
3 46 cm / 35 cm 5/6 anos
4-5 50 cm / 41 cm 7/8 anos
6-8 54 cm / 43 cm 9/10 anos
10-12 60 cm / 46 cm 12/14 anos
(*) Altura / Largura

Tamanho Adulto
Small , Medium , Large , XL

Esta iniciativa resulta de uma parceria com a empresa “Grão de Bico” (http://www.graodebico.pt/) que concebeu as T-Shirts.
A mensagem que se pretende fazer passar com a mesma é a de que UMA CRIANÇA É UMA CRIANÇA EM QUALQUER PARTE DO MUNDO.

Para este efeito, não só contribui a imagem criada especialmente para a Campanha como o facto da frase estar reproduzida em diversas línguas (Português, Mandarim, Inglês, Hindi, Espanhol, Árabe, Francês e Zulu).
Para mais informações acerca da Campanha “De mãos dadas pelo Mundo” bem como do mencionado Centro de Apoio, poderão consultar o site em http://www.meninosdomundo.org/.

Considerando a proximidade do Dia Mundial da Criança, aqui fica esta mensagem para o caso de estarem interessados em adquirir as T-Shirts, pedindo ainda a vossa colaboração no sentido de divulgarem esta Campanha pelo maior número de pessoas possível.

São só 10 euros para nós, mas muitos 10 euros juntos são de grande importância para estas instituições tão necessitadas.

publicado por Missão Criança às 00:12
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Terça-feira, 14 de Abril de 2009

Adopção:Crianças devolvidas, porquê?

Crianças devolvidas
 
Não me lembro quando foi a primeira vez que ouvi falar de crianças devolvidas por pais adoptivos, mas como devem imaginar é um assunto que me choca, se já é mau que uma criança seja abandonada, imaginem o que sentirá quando é abandonada uma segunda vez.  É difícil sequer imaginar o que possa sentir uma criança que por vezes está anos à espera, uma criança que muitas vezes anseia por uns pais que lhe dêem amor e carinho e que quando finalmente acha que os encontrou, é posta de lado como se de um brinquedo defeituoso se tratasse, conseguem imaginar o que se possa sentir?
 
Já ouvi umas 4 ou 5 histórias de devoluções de crianças, ontem um dos jornais falava de um casal que devolveu uma criança porque ela não se conseguiu entender com o cão da família. Acreditem ou não, este não foi o caso que mais me chocou. O caso de devolução que mais me chocou foi um em que o motivo para a devolução era... que a criança era carinhosa demais. A candidata a mãe (ia dizer mãe, mas há pessoas que não merecem esse nome) dizia que a criança se tinha apegado demais a ela, que só queria beijinhos e abraços e que nem no centro comercial desgrudava. Quando me contaram isto eu simplesmente não consegui acreditar.... 
 
Segundo  o mesmo jornal, no últimos 4 anos 80 crianças foram devolvidas aos centros de acolhimento, há uns meses o número era de 70, agora passou para 80, não faço ideia de onde tiraram a informação, mas eu entendo que mais que o número, o que interessa aqui é  perceber o que falhou, sim, porque é muito fácil deitar as culpas para quem devolve a criança, mas falta o resto, e o resto está evidentemente em quem avaliou e aprovou essas pessoas como candidatos a adoptar.
 
Os processos de adopção demoram pelo menos 6 meses, é necessário responder a questionários com muitas e complicadas questões, são necessárias entrevistas sociais e psicológicas.... o que falha?
 
Do meu ponto de vista falham muitas coisas, evidentemente que em primeiro lugar falham os candidatos, para a adopção é necessário ir com o coração, há muita gente que só vai para a adopção em ultimo recurso, quando já esgotaram todos os restantes recursos, pessoas que sonham e anseiam com um bebé, sangue do seu sangue...e que depois quando recebem uma criança que de bebé já não tem nada, quando lhes entra pela casa dentro um estranho com vontade própria e que muitas vezes tem uma historia de vida que não se recomenda a ninguém, simplesmente concluem que não são capazes.
 
Mas será que estas situações não deveriam ser detectadas pelas equipas de avaliação? Do meu ponto de vista é claro que sim, se a maioria dos processos até leva mais que os seis meses de lei, porque é que estas coisas acontecem, como é que uma psicóloga não detecta algo estranho numa mãe que depois devolve uma criança porque é carinhosa demais? 
 
Este é um tema muito complicado, mas termino como comecei, no meio de tudo isto quem sofre são as crianças, ser abandonado uma vez, ser colocado num centro de acolhimento onde muitas vezes não se passa de mais um numero, ser esquecido pela família e pelo estado e quando finalmente se pensa que se encontrou uma vida...ser abandonado de novo como se de uma peça defeituosa se tratasse..deve ser algo que marca para toda a vida...e nenhuma criança deveria ter de passar por isso.
 
Adoptar uma criança não é fácil, não tem nada a ver com passar-se 9 meses a ver crescer uma barriga, pensar nos nomes que iremos escolher, ver as fotografias das eco grafias, sonhar com a cor dos olhos, adoptar não é nada disso. Adoptar é receber nos nossos braços um ser humano que existe, um ser humano que já viveu e que muitas vezes tem opinião e maus hábitos. Adoptar  é receber em nossa casa um estranho que não nos diz nada e que de um dia para o outro veio para ficar.
 
A maioria dos candidatos cria expectativas, sonha com esse filho que tanto deseja, idealiza pessoas e situações, acreditem em mim, a probabilidade de que as coisas sejam como as idealizaram.. é muito pequena... mesmo muito pequena... e na maior parte dos casos, não é nada fácil, porque não podemos esquecer que estamos a falar de crianças que já foram marcadas pela vida muito antes de nos conhecerem. Por isso, adoptar tem que vir do coração.
 
Jorge
Publicado inicialmente no blog O que é o jantar?

  

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Segunda-feira, 2 de Fevereiro de 2009

Testemunho de uma familia diferente

Bruno

 

"Dia Mundial da Criança - Testemunho de uma familia diferente


Desde sempre tive o desejo de adoptar uma criança. Sempre abominei a  ideia de crianças a serem maltratadas, sem um lar, sem comida, sem  carinho de qualquer espécie… enfim… sem AMOR.

 

Cedo me tentei informar de como fazê-lo… Bati a algumas portas, mas  rapidamente percebi a triste realidade de que para adoptar sozinha  teria de esperar pelos 30 anos.

 

Pouco depois de fazer 30 anos inscrevi-me numa lista de espera de  adopção, na SS da minha área de residência. Nesta altura, pela  primeira vez tive duvidas. Eu ia aceitar uma criança diferente… Será  que eu era capaz? Desisti do processo…

 

Uns anos mais tarde, e depois de ter a certeza absoluta de que  conseguiria ter um filho diferente, no dia 7 de Outubro de 2005,  enviei a minha candidatura para a SS da área da minha residência.


O que é que eu pedia? Eu pedia uma criança até 3 anos, não  interessava se menino ou menina, não importava etnia. Podia ter  problemas, desde que não fosse deficiente profundo, não andasse em  cadeira de rodas (moro num terceiro andar sem elevador) e não fosse 
autista… no meu processo disse explicitamente que aceitava uma  criança com Trissomia 21.


Em quatro meses fui considerada candidata individual apta e em menos  de um ano apresentaram-me o processo do meu Tesourinho.


Do processo constava toda a história do Bruno: nasceu em 2003,  tem cardiopatia (foi operado ao coração com 2 meses – meu pobre  bebé), é portador de Trissomia 21 e na avaliação de desenvolvimento,  realizada aos 31 meses, tinha apenas 19 meses de idade mental.


O processo não tinha fotos… o que eu dava para ver uma foto deste  menino… juntar uma cara a tudo o que tinha lido…


As assistentes sociais perguntaram-me se eu queria ver fotos do  menino. Eu disse que sim… se já me tinha apaixonado pela história  dele, neste momento, interiormente, decidi que ele ia ser o meu  filhote. No entanto, pedi um tempo para pensar em todo o processo do 
menino e também para ver as reacções da família e amigos  relativamente ao facto de o menino ter Trissomia 21.


As reacções da família não podiam ter sido piores… Foi talvez a  semana mais difícil da minha vida… Com o apoio apenas de uma pessoa  (que é hoje a Madrinha do meu menino).

 

Face a estas reacções pedi autorização para ver o menino antes de  tomar a minha decisão definitiva. A autorização foi concedida e a  visita agendada para o dia 03 de Outubro. Pedi à minha amiga que  fosse comigo, para eu me sentir mais apoiada. Ela acedeu (obrigada  Sandrinha)… A minha Mãe também fez questão de me acompanhar e eu não  me opus…

 

Este foi talvez o meu maior erro… Fez e disse de tudo para  que eu não quisesse o menino. Chegou finalmente a hora de conhecer o Bruno… Ele era tão lindo!!!

 

Tinha Trissomia 21, é verdade… Isso tornava-o especial… Adorei aquele  menino…


No dia seguinte liguei para a SS a confirmar que este ia ser o meu FILHO. E pedi autorização para estar com ele no dia dos 3 aninhos  dele (as visitas oficiais só começavam no dia 09 de Outubro).


No dia 6 fui convidada de honra da Ajuda de Berço para assistir à  festinha de aniversário do meu filhote. Não me vou esquecer nunca do  olhar desconfiado daquele menino para mim… O que é que esta estranha  está aqui a fazer? Porque é que ela não para de olhar para mim?  Porque é que ela me tira fotos? O que é que ela trás na mão? Uma  prenda? Para mim? Imagino o que terá passado na cabecinha dele… As  visitas duraram apenas três dias!!!


E ainda há quem diga que eles são diferentes… Nada disso… O meu  menino (com Trissomia 21) apenas precisa do mesmo que todos os outros  meninos: UM COLO, AMOR, CARINHO, MIMO, REGRAS, enfim… uma FAMILIA.


Era isto que eu me proponha a dar-lhe… E numa quinta-feira, no quarto  dia de visitas, o Bruno veio para a sua casa.


Agora ele já não era só um menino com Trissomia 21. Era um menino com  Trissomia 21 com uma família. Com uma família que o adora… Que o  escolheu diferente dos outros por saber que embora diferente, o  Tesourinho vai conseguir alcançar tudo o que quiser.


Por ter a certeza que ele vai conseguir ir longe, e com isto apenas  quero dizer o mais longe que ele algum dia conseguir chegar. Vou  adorá-lo sempre… independentemente de tudo…


Devo dizer-vos que, aos três anos de idade o Bruno ainda andava muito  pouco, não sabia dar um beijo, mal dizia uma ou duas palavras que se  entendessem, usava fraldas de dia e de noite, não demonstrava  interesse por quase nada…


Hoje, com quatro anos e meio e há ano e meio com Mãe e Madrinha  constantemente presentes e a ser constantemente estimulado, o Bruno  dá os melhores beijinhos do mundo, corre, dá pontapés numa bola a  correr, pula, dança, canta, já diz algumas palavras que qualquer  comum mortal entende, à maneira dele, mas já começa a fazer frases  (as preferidas dele são "bom dia Mamã / Madrinha"; "quero batatas e  pão" e "quero pão com manteiga"), não usa fralda durante o dia desde  Setembro do ano passado, já demonstra preferências por alguns  desenhos animados, já pede alguns brinquedos na loja, já tem dois  amigos preferidos (o Leandro e o Pedro), já pega num lápis sem ser  obrigado e faz círculos, …


Claro que passei por todos os preconceitos que passa qualquer pessoa  que tem um filho com Trissomia 21. A mim chegaram-me a dizer (alguém  que tem um filho com Trissomia 21): "Nós não os queríamos ter e você  vai buscar um… Porquê?"


Claro que já tive muitos problemas com escolas… Inclusive a escola  onde o Bruno esteve no ano lectivo passado chegou a dizer à SS que eu  era demasiado exigente com o menino e que o estimulava em demasia  (elas tinham o menino numa sala com crianças de dois anos… claro que  ele tinha de trabalhar em casa… o modelo dele eram crianças de 2 anos 
e ele tinha 3…)


Nos dias 12 e 14 de Maio deste, o Bruno fez a avaliação (anual) de  desenvolvimento. Fiquei tão orgulhosa do meu menino…Tal como diz a  Mãe da Sara, para os nossos meninos, "o céu é o limite".

 

Maria João Pereira, mãe do Bruno"

http://otesourinho.blogspot.com

publicado por Missão Criança às 22:39
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Domingo, 18 de Janeiro de 2009

Crianças mais velhas?... claro que sim!

Adopção de crianças mais velhas
 
Esta semana recebi no meu email uma mensagem que chegou do grupo Nos Adoptamos
 e que entre outras coisas dizia o seguinte:
 
"Estamos a pensar adoptar uma criança entre os 5 e os 7 anos porque há  muitas crianças dessa faixa etária por adoptar e porque, pelo menos em  teoria, será um processo mais rápido. No entanto, uma pessoa conhecida aconselhou-nos a adoptar uma criança com 5 anos no máximo, porque após  essa idade já começam a ter uma personalidade bem vincada e mais  dificilmente moldável. Partilham desta opinião? O que é que a vossa  experiência vos diz?"
 
Há pessoas que ainda acreditam que as crianças são moldáveis, está-se mesmo a ver que não conhecem os meus filhos. O meu filho foi-me entregue com 1 ano, tenho uma filha biológica e pelos vistos devemos ser uns péssimos pais, porque cada um tem a sua personalidade..... que por certo são a antítese um do outro, e acreditem em mim, se eu pudesse mudava ambos. No outro dia e ante as queixas das professoras de um e de outro, a P. virou-se para uma das professoras e disse:
 
- Deus fez um péssimo trabalho com os meus filhos, conseguiu dar a mais a um exactamente o que deu de menos ao outro.
 
Uma criança é uma criança, não há duas iguais, conheço casos de adopção de bebés que à medida que crescem são uns autênticos terroristas e casos de crianças que foram adoptadas com 6 e 7 anos que são os filhos que todos sonhamos ter. 
 
A Sandra, na sua resposta ao email dizia o seguinte:
 
"Acho que as pessoas confundem a necessidade de 'impor regras' ou de ' estabelecer alguma disciplina ou organização' com o 'moldar a personalidade' ou 'obrigar a criança a obedecer cegamente'. A imposição de regras, de disciplina ou organização, mesmo com crianças teimosas como a minha ou desorganizadas ou qualquer outra coisa, acontecem naturalmente se lhes explicarmos o porquê dessas regras e disciplina, a função delas, o que acontece se não forem observadas. Não é necessário 'moldar' coisa nenhuma. Nem é necessário, nem sequer é possível. Daí essa observação não fazer sentido.

As crianças com cerca de 5, 6 ou 7 anos, começam é a desenvolver mais e melhor outras capacidades - de expressão, de pensamento abstracto, etc... Agora a personalidade não está em stand by e não se começa a desenvolver com mais afinco a partir de determinada idade! 

Outra grande vantagem das crianças mais velhas é que já têm uma compreensão da realidade muito mais profunda e concreta do que as crianças mais novas (resultante do desenvolvimento de competências e não do desenvolvimento da personalidade) que, no meu caso, tornaram toda a integração e adaptação muito, mas muito mais fácil."
 
Normalmente estou de acordo com a Sandra, desta vez faço minhas as palavras dela...  literalmente.
 
Qualquer criança adoptada passou por um abandono, e isso vai viver com ela para o resto da sua vida. Podemos pensar que as crianças mais pequenas sofrem menos com isso, ou que são menos marcadas, a minha experiencia diz-me que isso não é verdade, o meu filho cresceu com o facto de ser adoptado, e à medida que ia crescendo e tomando consciência do que isso significa, ia reagindo... umas vezes melhor, outras pior, mas é algo que todos tem de enfrentar. Se pensarmos bem, uma criança mais velha já interiorizou o facto, na maioria das vezes já o aceitou e está tão desejosa de uma família, de amor e carinho, que se vai entregar de alma e coração aos novos pais.
 
Post publicado inicialmente no blog:O que é o jantar 
 
Jorge
PS:Sandra, eu sei que plagiar é feio... obrigado
PS:O grupo de mail Nós adoptamos é um grupo de discussão onde participam, pais, candidatos e adoptados.

  

publicado por Jorge Soares às 19:19
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Domingo, 4 de Janeiro de 2009

Adopção:A lei diz seis meses....

Imagem retirada da internet

 

Em Setúbal o tempo não está a ser cumprido e no resto do país ?

A minha própria experiencia, leva-me a afirmar que em Setúbal o tempo de 6 meses estipulado por lei para se avaliar os candidatos à adopção não está a ser cumprido.

E no resto do País como estamos?

Deixe aqui o seu testemunho!

  

publicado por Missão Criança às 21:38
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Quinta-feira, 27 de Novembro de 2008

Reflexões sobre ter-se sido adoptado

Há algo que sempre causa grande ansiedade quando se fala de adopção: a relação emocional da criança que FOI adoptada com aquilo a - muitas vezes fantasiada - familia biológica. Parece-me até que que é uma fonte de ansiedade generalizada a todos os que ponderam avançar para este processo, ou que já s embrenharam nesta aventura de ser pais. Portanto e porque considero importante diversificar a partilha das experiências e vivências do outro lado do espelho - da criança - hoje insurge-se-me palrar sobr este tema.

 
Começo por afirmar que nunca me pareceu exequível privar com aquilo que -à falta de melhores termos - se apelida de mãe biológica. Na verdade a minha relação emocional com a imagem que construi dela foi desde a revolta a uma postura de não julgamento perante a sua escolha de vida, que foi efectivamente não ficar comigo.
 
Há uns anitos via um filme com o grande Denzel Washington, o "Antoine Fisher" em que a personagem se debatia com a necessidade de confrontar a mãe biológica, procurando perceber o porquê das suas escolhas. Eu acredito que nenhuma resposta que ela me desse poderia apaziguar a minha incompreensão. A paz que sinto em relação à escolha dela e àquilo que ela personifica encontrei-a e encontro todos os dias em que aprendo a gostar demim.
 
Para mim as respostas estão dentro de nós. Acredito que muitos decidem procurar a familia biologica porque nessa busca esperam encontrar um pedaço de si mesmos, do amor próprio que nunca conseguiram construir. É como sempre assumissem aquele papel de criança abandonada, de criança enclausurada no seu mundo estéril de amor e de emoções. E por isso procuram fora aquilo que não conseguem encontrar dentro.
 
Não estou a tecer nenhuma crítica e sublinho que cada caso é um caso. Cada um segue o caminho que consegue para chegar a si mesmo, dispondo das ferramentas que possui.
 
Eu acredito que quando nos sentimos unos e aceitamos verdadeiramente o que somos essa busca deixa de ser necessária. Os laços consolidam-se nos afectos. Mas tudo é um processo. O que, no meu ponto de vista, vocês pais e candidatos a pais podem fazer é munirem os vossos filhos das ferramentas necessárias em vista a estes se tornarem em seres capazes de se amarem a si mesmos. Se estiveram realmente bem e felizes com o que têm, onde estão e com o que são o abraço para onde quererão correr será sempre para o vosso.

 

 

 

Susana

Publicado originalmente no blog http://wakeuplittlesusy.blogs.sapo.pt/

(Susana..e que tal dares um nome ao blog?) :-)

publicado por Missão Criança às 00:44
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Terça-feira, 25 de Novembro de 2008

Nota de imprensa:Entrega da petição na assembleia da República

Pelo direito a uma Família "

 

 

"A Bem Me Queres - Associação de Apoio à Adopção - em parceria com o Grupo Nós-Adoptamos, irá amanhã entregar à Assembleia da República uma Petição para instituir o Dia Nacional da Adopção de Crianças.

 
Amanhã, dia 26 de Novembro de 2008 pelas 11h30, em audiência com o Presidente da Assembleia da República Dr. Jaime Gama, a Associação Bem Me Queres irá efectuar a entrega de uma Petição para instituir o Dia Nacional da Adopção de Crianças em 10 de Maio.
 
Com o objectivo de promover o debate na sociedade civil, e em simultâneo sensibilizar as autoridades competentes para a situação dramática de incerteza em que vivem as mais de 11.000 crianças institucionalizadas, a Bem Me Queres, em parceria com o grupo de cidadãos Nós-Adoptamos, promoveu a assinatura de uma Petição para requerer à Assembleia da República a instauração do dia 10 de Maio como o Dia Nacional da Adopção de Crianças.
 
Esta Petição excedeu todas as expectativas, já que num curto espaço de um mês atingiu cerca de 5.000 assinaturas, mais 1.000 do que as necessárias para que a Assembleia da República leve este assunto a discussão."
 
 
publicado por Jorge Soares às 16:41
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Sexta-feira, 10 de Outubro de 2008

Petição para instituir Dia Nacional da Adopção de Crianças

Pelo direito a uma família

 

Para assinar a petição por favor vão aqui: Assinar petição

 

 

Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia da República:

 

PETIÇÃO PARA INSTITUIR O DIA NACIONAL DA ADOPÇÃO DE CRIANÇAS EM 10 DE MAIO DE 2009

 

Considerando que:
• a adopção de crianças é uma realidade no nosso país;
• existem 11.362 crianças/jovens institucionalizados (dados referentes a 2007 explanados no Plano de Intervenção Imediata do Instituto da Segurança Social);
• é de extrema importância a promoção de um dos direitos fundamentais das crianças – direito a uma família;
• que foram adoptadas, no referido ano, apenas 417 crianças;
• é importante promover a consciencialização da sociedade para o facto de crianças que estão a crescer sem família estão a ser privadas daquilo que de mais importante existe para a sua formação, desenvolvimento e crescimento – o afecto, os laços, a conquista de um colo;
• a adopção pode representar um projecto de vida alternativo à institucionalização;
• que cada criança que seja adoptada é uma criança que, ainda, encontra o seu tempo de ser criança;

vem, desta forma, a Bem Me Queres - Associação de Apoio á Adopção de Crianças, NIPC 507705050, sediada na Rua Santa Justa 265, 2º 4200-479 Porto nos termos do artigo 52.º da Constituição da República Portuguesa, da Lei n.º 43/90, de 10.08, com as alterações introduzidas pelas Leis n.ºs 6/93, de 1.03, 15/2003, de 04.06 e 45/2007, de 24.08, conferir aos cidadãos a possibilidade de exercerem os seus direitos constitucionais de entrega de assinatura da presente petição a submeter à Assembleia da República para que seja instaurado em 10 de Maio de 2009 o DIA NACIONAL DA ADOPÇÃO DE CRIANÇAS, com os seguintes fundamentos:

 

a) Promover o debate na sociedade civil;
b) Consciencializar a sociedade para esta realidade;
c) Difundir junto das entidades competentes a dramática situação em que vivem as milhares de crianças institucionalizadas;
d) Sensibilizar o poder judicial para uma celeridade dos processos.

 

A presente petição vai assinada pelos cidadãos abaixo-assinados que aderiram à proposta apresentada pela Associação requerente.

Porto, 9 de Outubro de 2008

Os Peticionários

 

Para assinar a petição por favor vão aqui: Assinar petição

publicado por Jorge Soares às 14:43
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Terça-feira, 7 de Outubro de 2008

Meninos do Mundo

Meninos do Mundo 

Imagem retirada da internet

 

Sou um menino,

Cheguei a um Mundo, perdido,

Perdido de espaços ao meu sonho.

 

Descobri rostos, que me queriam, sem saber o meu rosto

Quando eu estava perdido, despido do calor da infância.

Encontrei braços de ternura,

Que me enlaçaram de Amor.

Que me conduziram às estrelas.

 

Eles, que me encontraram,

Que me sonharam, sonhando o meu sonho,

Que me procuraram, para nos realizar.

 

Eles, que me amaram sem eu saber

Quando eu era um menino, num Mundo perdido.

Eles, que me resgataram à vida,

Correndo um Mundo por mim.

 

Eles, meu Pai- Sol

Minha Mãe- Lua

Que do céu me guardaram,

Antes mesmo dos seus braços me envolverem.

 

Correram o Mundo por um filho

E eu ganhei o Mundo pelas suas mãos…

 

Quando eu era apenas…

Um MENINO DO MUNDO!

 

Francisca Chixaro

 

Uma criança é uma criança em qualquer parte do Mundo!

 

Retirado do blog Meninos do Mundo

Jorge

publicado por Jorge Soares às 11:18
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Quinta-feira, 2 de Outubro de 2008

Saudades de quem ainda não conhecemos...

Criança

 Imagem retirada da internet

 

Poucas vezes me recordo do que sonho. Esta noite no entanto, foi diferente.
“Esta noite sonhei com o meu filho. Sonhei que tinha recebido aquela tão aguardada chamada da Segurança Social, e que nos tinha sido proposto um menino de 4 anos. Aceitámos logo, e nesse mesmo dia poderíamos ir buscá-lo ao centro de acolhimento onde ele estava.


Chegámos a casa e contámos à F. e ao A. Ficaram radiantes... Arrumámos o quarto para os rapazes, pusemos lá uma cama nova, passámos na loja para comprar uma cadeira nova para o carro, numa outra comprámos um carrinho de brincar, que embrulhámos com um grande laço azul. Os 4 fomos então buscar o nosso novo mano.


Lá tudo foi muito rápido. O nosso “mano” aguardava-nos sentado num sofá. Sorriu com um sorriso do tamanho do mundo e chamou-me imediatamente de “Mãe”. Abraçámo-nos e viemos todos para casa. Ele nada quis trazer de lá. Queria vir para a casa nova sem nada que lhe recordasse o passado. Lembro-me de pensar que era uma ideia muito avançada para os seus tenros 4 anos.


À saída, vários meninos ficaram com ar choroso a olhar-nos do portão... Fiquei devastada. Apeteceu-me trazê-los todos para casa. Mas não podia...”


Acordei a chorar convulsivamente.
Este sonho foi em tudo diferente dos outros que costumo ter, principalmente pelos pormenores que recordo tão bem.


Acordei com o som do meu próprio choro, as lágrimas a escorrer pela cara, estava angustiada, triste, com tantas e tantas saudades daquele que ainda nem conheço. Nem sei explicar ao certo porque chorava. Ainda só tenho 2 meses de espera, e sei que este é um tempo de incertezas. Pode durar mais uns dias, uns meses, uns anos. Mas no meio desta incerteza, o que me faz doer muito mais o espírito, a alma, o coração de mãe, é o saber que o meu filho ou a minha filha já nasceu, já está por aí, poderá ser uma daquelas crianças de lágrimas nos olhos que eu vi ao portão, observando-me suplicantes. Ansiosas por uma família.


Não sei se tem olhos ou cabelos castanhos ou pretos. Se será menino ou menina. Alto ou baixo. Tímido ou reguila. Não sei se me vai adoptar logo no primeiro olhar ou se nos iremos conquistar pouco a pouco. Não sei se gosta mais de bifes com batatas fritas ou salsichas com esparguete.


Sei que o amo já muito, e que já choro por ele. Sei que já gerimos o espaço em casa a contar com a sua chegada. Sei que o carro novo foi comprado porque este modelo tem mais espaço para as 3 cadeiras no banco de trás. Sei que não sei entender como amo tanto alguém que não conheço...


É esta a dor da espera. É esta a ansiedade que os pais grávidos de coração têm de gerir. A gravidez que não se vê, que não se consegue medir.
 

Sofia

publicado por Missão Criança às 10:33
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Terça-feira, 23 de Setembro de 2008

Escritos precisam-se

Criança

Imagem retirada da internet

 

Criei este blog em resposta aos comentários e emails que fui recebendo cada vez que escrevo sobre adopção no meu O que é o jantar. A ideia é que este seja um espaço de partilha, de troca de experiências, troca de ansiedades, de medos, de alegrias e tristezas. Tenho tentado manter o blog activo, mas está claro que é uma tarefa árdua, por muito que eu queira não consigo ter tema todos os dias.

 

Bom, eu preciso de ajuda, imagino que muitas das pessoas que cá vem tem histórias para contar, experiências para partilhar, pontos de vista para discutir, que tal partilhar com todos?. Eu passei por um processo de adopção numa altura em que não havia informação em lado nenhum, em que não havia ajuda de ninguém nem ninguém com quem partilhar e discutir, agora as coisas são  um bocadinho diferentes, mas não muito, acho que há muito por fazer e muito por melhorar... mas sozinho não vou lá.

 

Deixo um apelo e um convite a todos para que participem no blog, enviem-me um email para jfreitas.soares@sapo.pt ou deixem um comentário com o vosso email de modo a acertarmos a melhor maneira.

 

De todo coração, obrigado por passarem por cá e se possível, por participarem

Jorge Soares

publicado por Jorge Soares às 10:19
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Sexta-feira, 19 de Setembro de 2008

Adopção trata sobretudo de dar e receber

Adopção 

Cartaz da Associação Indiana para a Promoção da Adopção e do Bem-estar Infantil

 

Jorge

PS:obrigado Sofia.... não queres escrever algo?

publicado por Jorge Soares às 10:33
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Sexta-feira, 12 de Setembro de 2008

Adopção de crianças mais velhas

Meninas

Imagem de Ná Nunes, retirada de aqui:

http://www.flickr.com/photos/98614529@N00/234528130/

 

Um  casal meu vizinho, com idades aproximadas de 45 anos, têm uma filha de 12 anos, cujo parto não correu muito bem e a mãe ficou impedida de ter mais filhos, mas também nunca se tinham importado muito sobre esse facto, para eles o mais importante é que a filha tinha saúde e era muito amada.

 
Aqui hà uns 2 anos atrás, em visita a um centro de acolhimento, encantaram-se por uma menina da idade da filha, orfã de mãe e pai. E a partir daí pelo Natal, Páscoa e férias começaram a ir buscá-la para passar uns dias com eles, nunca pensando na adopção, mas sim em proporcionar uns dias por ano em família a esta menina. Até que a filha deles, biológica, à uns meses para cá, começou a pedir aos pais para que adoptassem a menina porque ouviu a responsável do centro dizer que aquela criança era uma das que estavam prontas para adopção porque não tinha nenhum parente vivo.
Lá se resolveram e a menina já vive em permanente com eles, apesar do processo de adopção ainda estar a decorrer.
 
Estou a escrever esta história porque ontem fiquei emocionada ao passar pela família. Parei e troquei dois dedos de conversa e na maior das naturalidades, ouvi a menina adoptada chamar ao meu vizinho pai com uma felicidade tão grande, porque não foi um simples pai que mal se tenha ouvido, mas sim pai, com as letras todas e alto e bom som, sem qualquer constrangimento.
Saí dalí com uma lagrimazita ao canto do olha de felicidade por ela
 
Pepita
 
Post publicado originalmente no blog Pepita
publicado por Missão Criança às 14:43
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