Segunda-feira, 6 de Outubro de 2008

Quase fui mamã pela 2ª vez

No dia 3 de Dezembro de 2007, pelas 14 horas e 30 minutos, recebi um telefonema de um nº que não identifiquei e quando atendi percebi que era da Segurança Social, da parte das Adopções. O meu coração ficou logo aos pulos para saber o que ia acontercer.


 

A senhora do outro lado do telefone, por sinal muito simpática, disse-me que tinha para nos propor uma situação de 2 irmãos, uma menina de 4 anos e um menino de 5. Estas idades saiam do intervalo de idades que nós tinhamos colocado no impresso de candidatura, mas logo na altura as assistentes sociais tinha dado a entender que era dificil darem-nos um bebé pequenino, devido à nossa idade.


 

Pedi um tempo para falar com o meu marido e estava mesmo a imaginar já tudo, mais 2 filhotes na minha vida,. que fantástico ia ser! Mas o meu marido é bem mais realista do que eu, disse que nesta altura do campeonato, em que estamos prestes a mudar de casa, ia ser dificil incluir mais 2 crianças na nossa vida, com todos os encargos que dai viriam, incluindo roupa (o JD é mais pequeno) e escola (será que conseguiamos coloca-los na mesma escola do Dinis a meio do ano ou iamos ter de andar a correr de um lado para o outro?). Ele tinha razão, tinha toda a razão, eu fiquei logo super entusiamada mas agora não era a altura ideal, com tantas despesas e mudanças que iam acontecer na nossa vida.


 

Telefonei para a assistente social e disse que não. Expliquei as razões, a mudança de casa, que tinhamos de pensar no nosso filho também. Ela ficou surprendida, não sabia que eu tinha um filho e disse que se soubesse não me tinha proposto estas 2 crianças, pois uma das regras é que o filho bilológico deve ser sempre o mais velho, para não desquilibrar o agregado familiar. Eu já tinha comunicado esta alteração, mas acho que se esqueceram de colocar no meu processo....


 

Perguntei se pelo facto de ter recusado 2 crianças iria se colocada de parte ou ia para o fim da fila de novo e ela disse que não, ficaria mais limitada a escolha por as crianças terem de ser mais novas que o Dinis, mas mais nada. Fiquei mais aliviada e convicta de que se tivesse aceitado a situação, ao saberem do meu menino, não me iriam entregar as 2 crianças. Mas não consigo deixar de pensar nelas, espero que venham a ter uns pais com tanto amor para lhes dar como o meu marido e eu teriamos para eles. Senti-me quase mãe de novo, entusiasmada e feliz.


 

Mas não posso impedir que as lágrimas me venham aos olhos quando penso nas crianças que não conheci mas das quais fui quase, quase mãe...


 

Tenho esperança que o dia em que o telefone toque novamente não demore muito, se não posso ter outro filho biológico, então que venha um do coração, que terá tanto amor à espera dele, que ele ou ela nem consegue imaginar. Filho, filha, estamos aqui à tua espera, não demores muito, está bem?

 

 

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publicado por era1xeu às 12:10
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2 comentários:
De Jorge Soares a 6 de Outubro de 2008 às 15:38
Olá

É preciso valor para dizer não, este tipo de situações deixa-me um trago amargo, por um lado acho que a segurança social não deve apresentar casos de crianças que não se enquadrem naquilo que os candidatos indicaram, por outro lado, penso que o devem fazer, porque as pessoas mudam, ou não tem certezas..... é difícil.... ... todos temos sonhos e ideiais..

Não desanimes... e de novo obrigado pela tua participação.

Jorge


De era1xeu a 6 de Outubro de 2008 às 16:00
Não foi nada fácil para mim tomar a decisão que tomamos, mas não era uma boa altura para recebermos crianças, quando estavamos para mudar de casa. E afinal nem tinha de me preocupar com nada, por o meu filho ter na altura 2 anos, nunca mas iam entregar... :(

Desanimar não desanimo mas a espera é desesperante, principalmente quando não se sabe quando vai acabar

Maria Pereira

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