Sábado, 30 de Abril de 2011
Imagem minha do Momentos e Olhares
Já passou um ano, a D. é a cada dia que passa uma miúda mais alegre e bem disposta, esteja em casa ou na rua, ela canta e dança o tempo todo. Para além disso, durante um ano não teve uma única constipação e com três anos é de longe a mais arrumada, obediente e educada dos três.. mesmo tendo os outros 10 anos.... para uma criança que mudou de mundo de um dia para o outro, não podia haver melhor adaptação.
Durante este último ano foram muitos os mails que recebi de pessoas interessadas emadoptar em Cabo Verde, já aqui falei sobre os processos de adopção neste país, foi neste post cuja leitura recomendo, mesmo a quem não está interessado na adopção.
Cabo Verde adoptou a convenção de Haia a 1 de Janeiro de 2010, o nosso processo entrou em tribunal a 29 de Dezembro e por aquilo que vou sabendo, terá sido a D. a última criança a vir para Portugal. Com a adopção da convenção de Haia as regras de adopção irão necessariamente mudar, sendo que em principio iriam ficar muito parecidas com as que estão em vigor por cá.
Evidentemente tudo isto implica uma enorme reorganização a nível burocrática e de estruturas, basta recordar que no país não existe uma rede de acolhimento de crianças. Neste momento ninguém sabe muito bem como irão ficar as coisas, sei que durante o último ano foram vários os processos de casais portugueses que foram enviados pela autoridade central da adopção para as autoridades de Cabo Verde, processos que estarão em espera.
Por conversas que tive com pessoas de equipas de adopção nacionais, sei que a segurança social não está consciente desta nova realidade, aliás, na sua maioria pouco sabem sobre a forma como se processa a adopção internacional em qualquer dos países.
De tudo isto, o meu conselho a quem pretende ir para a adopção internacional é, para além de contactarem a associação Meninos do Mundo, que pensem noutras alternativas, quando uma porta se fecha outras se abrem, esta semana podíamos ler noSorriso sem cor um post sobre mais uma adopção na Guiné, e eu sei de pelo menos duas adopções muito recentes em São Tomé. Este país tem a vantagem de que é de imediato decretada a adopção plena. Há ainda a hipótese de através da Bem Me Queres se adoptar na Bulgária, ainda que neste caso não seja um processo nada barato.
Do Blog O que é o Jantar
Jorge Soares
tags: adoptar,
adopção,
adopção internacional,
amor,
apis,
cabo verde,
eu,
filhos,
guiné,
meninos do mundo,
srisso sem cor,
vida
De
sentaqui a 30 de Abril de 2011 às 13:25
Haja vontade, altruísmo e muito amor para dar, que não faltarão formas de transformar a vida de uma criança, num mundo mais feliz...vocês são a prova disso.
Que este post dê coragem às pessoas que querem adoptar.
A D. é uma menina com sorte e vocês também.
Beijos
De gina a 3 de Junho de 2011 às 11:49
Olá!
O meu comentário não tem nada a ver com este post... mas aproveito-o para colocar uma dúvida que me surgiu. Eu e o meu marido recebemos um menino lindo de quatro anos no início deste ano e temo-nos debatido com questões burocráticas que provam o quanto os períodos de pré-adopção são ignorados pelos sistemas do nosso país. Uma delas é a impossibilidade do nosso filho ser assistido pelo nosso médico de família. O que nos disseram (depois de uma manhã inteira sentados na sala de espera com o menino cheio de febre) é que o sistema informático não permite adicioná-lo ao nosso processo, por ainda não ter o nosso apelido... Sem o poderem adicionar ao nosso processo, não podem passar receitas (?!?!) e, portanto, não o podem consultar...
Mas vamos ao que motivou o meu comentário. Dizem-me agora que, enquanto o processo de adopção não estiver concluído, não podemos deduzir as despesas com ele na declaração de irs... é verdade?
Olá
Começando pelo fim, não não é verdade, nós recebemos a D. no ano passado, o processo ainda está em curso e é claro que a colocamos no IRS e a todas as despesas. A partir do momento em que a criança é entregue em confiança judicial pode ser colocada no IRS.
Quanto à questão da segurança social, acredito que quem fez o sistema informático não tenha pensado no assunto, mas issio em caso algum pode ser motico para que a criança não seja atendida, e nem a questão da receita é verdade, a receita electrónica ainda não entrou em vigor e podem perfeitamente passar uam recieta manual.
Deviam ter pedido o livro amarelo e fazer a reclamação por escrito, por lei a criança é considerada parte do agregado familiar e eles não podem dar desculpas dessas.
Jorge Soares
De Sandra Cunha a 3 de Junho de 2011 às 14:22
Eu também coloquei as despesas com a minha filha no IRS, no período de pré-adopção.
relativamente ao centro de saúde, o meu companheiro é da Marinha e a minha filha não foi ao Centro de Saúde mas ao hospital. O que lá fizeram foi inseri-la no sistema na mesma com o nome que tinha (tal como a Cruz Vermelha também fez) e quando foi a adopção plena, fui lá mudar o nome.
Aliás, agora que me lembro, há aí qualquer coisa de errado, até porque eu comecei logo a receber o abono de família dela no período de pré-adopção (agora, claro que já foi cortado!) e inscrevi-a aqui no centro de saúde da zona onde vivo (que não serve de nada porque quase 70% da população não tem médico de família). Mas lembro-me de a inscrever e de depois lá voltar para mudar o nome.
Eles até queriam cópia da sentença (coisa que recusei como é evidente!! Tem lá os dados todos de toda a gente inclusive das testemunhas e dos progenitores dela). Atenção, portanto, se alguém vos pedir cópia da sentença, mandem-nos dar uma curva. O documento é confidencial. O que se usa para estes casos é a certidão de nascimento que se vai buscar à Conservatória após a sentença de adopção plena.
E é, portanto, como o Jorge diz. Deviam ter reclamado e exigido que a criança fosse consultada. Era só o que faltava!!
De Marta a 28 de Junho de 2011 às 14:18
Adoro este blog, desde já os meus parabéns. Andei uns tempos sem cá vir porque fui mãe há 7 meses. Fui uma das pessoas que foi a São Tomé e escrevo só para confirmar que realmente há inumeras portas neste mundo que nos conduzem aos nossos filhos.
Sigam os vossos instintos e não parem... assim q houvi falar de ST soube logo que seria ali e mm assim mandei para CV os papeis todos.
Somos pais de uma linda princesa que só nos tem deixado cada vez mais orgulhosos dela.
Um dia quem sabe... se não voltamos lá para aumentar a familia... :P
De alexandra castro a 12 de Outubro de 2011 às 12:28
tenho uma filha com 19 anos e um filho com 16. Gostaria de poder ser a família qe esses meninos (as) não têm agora.
Infelizmente parece que este processo em Portugal continua lento e, sei lá, triste.
Como alguns dos critérios podem estar muito longe de nós (idade), gostaría de saber qual a sua opinião sobre se tentar uma "fase transitória" em que a criança poderia fazer parte da nossa família mas não estar adoptada.
Não sei qual o nome que receberíamos, nem me interessa muito, mas seria depois mais fácil a adopção?
Há links que me aconselhe para esse tipo de processo?
Também gostaria de saber o que acha sobre o que os americanos chamam de open adoption, em que os pais biológicos e os pais e as crianças se conhecem e mantêm algum tipo de ligação, memso que esporádica.
Obrigada e tudo de bom para vós, todos os que adoptam e todos os que são adoptados.
De Lara a 15 de Outubro de 2011 às 10:24
Olá.
Segue-se um desabafo: questionadas com relação ao tempo de espera que um casal fica a aguardar por uma criança, algumas técnicas da SS só sabem dizer que somos ansiosos e que devemos buscar apoio psicológico. Depois, ainda ficamos a saber que já temos uma habilitação, ou seja, fomos seleccionados, mas como pretendemos também uma adopção internacional. temos que esperar que seja emitido mais um documento. Será que não conseguem olhar para um processo como um todo e concluírem-no (ao menos a parte burocrática) de uma só vez? Não entendo. Incompreensível. Isso para não dizer que o mínimo que poderiam NÃO fazer é emitir comentários que possam culpabilizar uma pessoa em
busca de informações e do seu direito. Enfim, fico por aqui. Um sonho sem acção não passa de um sonho. Acção sem sonho é só um passatempo. Um sonho com acção pode mudar o mundo.
De
golimix a 17 de Outubro de 2011 às 12:59
Olá! A única coisa que posso dizer é, parabéns!
Só pessoas espetaculares podem escrever como escrevem,(neste e nos outros teus blogues Jorge) e construir assim a felicidade como constroem.
Bjinhos
De
Margarida a 18 de Janeiro de 2012 às 11:07
Bem haja, Jorge! Pela opção de vida e por toda a preciosa informação aqui dipsonibilizada.
Comentar post