Imagem de aqui
"Gostaria de obter informações sobre dar o meu bebé para adopção.
Mas estive a ler e as coisas levam muito tempo a ser tratadas, não quero mesmo que o bebé esteja numa instituição.
Gostava de encontrar uma família e ser eu a escolher."
Esta vez foi por mail, mas também já foi nos comentários deste blog ou no Nós adoptamos, já é a terceira ou quarta vez... e eu fico sempre de rastos, porque de uma forma ou outra eu sinto nas palavras destas futuras mães o desespero de quem está a tomar uma decisão que as marcará para a vida, a elas e ao filho que levam no ventre.
Apesar de que conheço muita gente que está há muito tempo à espera para adoptar e que receberiam estas crianças de braços abertos e com todo o amor do mundo, a minha resposta é sempre a mesma:
Em Portugal legalmente não há nenhuma forma de que uma mãe entregue o seu bebé para adopção directamente a quem o vai adoptar.
A única forma de se entregar um filho para adopção é manifestando essa vontade antes ou no momento do parto, e isto deve ser expresso de forma clara e por escrito. Quando assim acontece, o bebé é levado no momento do nascimento e a mãe não o volta a ver.
Como há um prazo de seis semanas em que a mãe pode voltar atrás, o bebé é encaminhado para um centro de emergência infantil, findo este prazo o processo é entregue ao tribunal de família e segue os tramites normais até que é decretada a adopção.
Muitas vezes o juiz que recebe o processo quer tirar todas as duvidas e exige que a mãe vá ao tribunal dizer em viva voz que mantém a sua decisão... por vezes passam-se anos até que conseguem encontrar a mãe ou até que desistem...entretanto a criança que já podia estar com uma família, continua institucionalizada....
Repito, legalmente e sem esquemas pelo meio que depois levam a casos como o da Esmeralda e o da Miúda Russa, esta é a única forma legal de entregar um bebé para adopção.
Post do O que é o jantar?
Update: Para as pessoas que continuam a cá chegar via google ou de outra forma qualquer, por aquilo que sei, esta pessoa decidiu ficar com o bebe e esta criança não está para adopção. Além disso, tal como eu digo no post, mesmo que ela tivesse decidio entregar o seu filho para adopção, em Portugal a criança teria que ser entregue à segurança social, nunca directamente a alguém
Jorge Soares
Imagem da internet
Mais um menino para o qual se procura pais e a instituição onde se encontra, nos solicitou que divulguemos esta informação....
“O José (nome fictício) é um menino que deseja muito ter uma nova família, tem actualmente 9 anos de idade.
Encontra-se institucionalizado desde 2007, ou seja, há cinco anos, tendo chegado com 4 anos.
Tem uma história familiar muito perturbadora, fruto da sua vivência , o José chegou à instituição com um atraso grave de desenvolvimento e a nível da vinculação muito desorganizado. Ele não dava afecto, não aceitava recebê-lo, agredia os adultos, não pedia, nem se queixava de nada, etc.
O José foi evoluindo muito favoravelmente, conseguiu desenvolver um vínculo afectivo a uma das nossas Irmãs, e já é capaz de receber afecto (gosta muito), de pedir ajuda, de dizer quando está doente, etc. Também já é capaz de procurar afecto, por vezes, espontaneamente.
Finalmente (e infelizmente tão tarde), foi decretada a adopção em Março de 2011, quando já tinha oito anos. Ele foi fazendo o luto da família biológica e atualmente deseja muito ter uma nova família. Quando uma criança sai para adopção ele sofre imenso.
Na escola, o José tem algumas dificuldades, contudo, tem evoluído muito, porque tem muita motivação (apesar das dificuldades ele quer aprender e esforça-se) e adora a professora com quem estabeleceu uma relação afectiva muito positiva. Nunca apresentou problemas de comportamento relacionados com as outras crianças na escola.
O José é jogador federado de hóquei em patins. É o goleador da equipa e joga muito bem. Gosta muito de jogar de computador e de trabalhos manuais. Quando está inspirado faz desenhos muito bonitos.
O José é muito meigo com os bebés, ajuda muito os mais pequeninos e reage muito bem quando sai com famílias amigas. Todas referem como ele se porta bem quando está fora da instituição e num ambiente familiar.
Para mais informações sobre o José deverá contactar para geral@bemmequeres.org
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