Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2011

Dar para adopção ou abortar?... as injustiças da vida

Dar para adopção ou abortar, as injustiças da vida

 

Na sexta passada ia escrever sobre as crianças recém nascidas que no mês passado, em plena época natalícia, foram abandonadas na rua, não pretendia falar das motivações dessas mães que deixaram os seus filhos ao abandono dentro de sacos plásticos... a minha ideia era falar sobre o futuro dessas crianças, o tempo que passam nas instituições, a forma como se perde tanto tempo precioso na vida de um recém nascido... já não me lembro bem porquê, mas depois de ter o post começado, desisti...

 

Ontem recebi no meu mail o seguinte:

 

"desculpe estar a mandar-lhe mail, mas estive a ler um pouco do site e continha la o seu email, estou gravida , infelizmente nao tenho condiçoes pra criar esta criança pois estou desempregada cheia d dividas solteira e com um filho de ... anos , por quem sou capaz de fazer tudo, apesar de ainda ser apenas um embrião ja amo muito o bebé que esta dentro de mim , e por esse amor sei que o quiser ter tenho de o entregar para adopção , mas não queria que o meu futuro bebé tivesse de ficar nem um dia numa instituição até que todo o processo se resolva, não á nada na lei que permita  a mãe e os pais adoptivos chegarem a um acordo pra que quando a criança nasce  ir logo para um bom  lar?"

 

Sabem a quantidade de pessoas que eu conheço e que receberia esta criança de braços abertos?, pessoas aprovadas para a adopção e com todas as condições para fazerem uma criança feliz? Já aqui falei dos motivos pelos que não há bebés para adoptar, foi neste post, a  minha resposta para esta mãe foi mais ou menos a seguinte:

 

Infelizmente não, legalmente em Portugal não é possivel que uma criança possa ser entregue directamente a alguém que a queira adoptar. Terá sempre que passar por um periodo de acolhimento numa instituição. Para além disso haverá sempre uma investigação por parte do tribunal, mesmo deixando o seu filho no hospital, terá que ir ao tribunal declarar que o entrega para adopção e será averiguado se ninguém da sua família alargada quer ficar com a criança.

 

Hoje recebi o seguinte mail:

 

Muito obrigado pela sua resposta, neste momento estamos mesmo numa situação muito dificil e o pai do futuro bebé apesar de ser o pai do meu filho não quer nem ouvir falar em seguir com a gravidez, portanto se eu tomar a decisão de o ter ia ter de desaparecer da minha residencia até o bebé nascer,é pena que a lei seja assim compreendo que tenham de proteger abusos e maus tratoa mas tambem penso que cada situação é diferente,sei que se tirar este bebé não vou ficar bem ..... entao pensei na adopção como uma boa solução, mas estive a ler muitos fóruns e uma criança so sai da instituição por volta as vezes dos 6 anos de idade,não quero que um filho meu fique num sitio desses a pensar que alguem o abandonou por não gostar dele,mas tambem não quero que ele me pergunte porque é que não tem leite pra beber, talvez a solução seja mesmo por termo à gravidez mas acho que é um crime, especialmente quando à tantos pais que sei que lhe podiam dar tudo.

 

Não é fácil que algo na vida me deixe sem palavras, sem reacção.... bom, esta mãe conseguiu, deixar-me sem palavras, sem reacção, sem nada..e  a pensar como pode ser injusto este mundo em que vivemos.

 

Post do blog O que é o jantar?

 

Jorge Soares

 

publicado por Jorge Soares às 13:29
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16 comentários:
De maria maria a 25 de Janeiro de 2012 às 13:57
Ola. .
Estou grávida de 14 semanas e com um grande dilema...
Fui abandonada pelo pai que decidiu esta fora do pais e recentemente voltou com a ex namorada, sozinha em Portugal sem família e sem condições financeiras e sem coragem de abortar estou entrando em desespero...
Sei que o pai logo que o bebe nasça é obrigado a assumir a paternidade e dar a pensão determinada pelo juiz mas até então que faço eu?
Como pago minha renda? Como vou me sustentar ate a criança nascer e após o seu nascimento???Entao pensei comigo que quero que esta criança seja feliz, e que talvez exista uma família que lhe possa dar
todo o carinho, conforto e atenção que eu não posso...
Estou muito desesperada e há momentos que ate me da vontade de acabar com minha própria vida, e acho que essa coisinha pequenina não estivesse dentro de mim já o teria feito...
Se vocês me puderem ajudar em algo por favor comentem... palavras dolorosas dispenso ... já tenho dor que chegue em mim...
Obrigada desde já por ler o meu desabafo...
De jugodesigual a 15 de Abril de 2012 às 22:58
Gostaria de saber como correu a sua gravides se conseguio ter o bébe?Diga alguma coisa, por favor. Desejo-lhe todo o bem do mundo.
De katia a 16 de Abril de 2012 às 10:32
ola maria n sei se ja conseguis-te resolver o teu problema, se precissares d ajuda podes contar comigo. o meu mail se kiseres conversar melhor: tuchinhadu06@hotmail.fr bjs
De Pauinha a 13 de Junho de 2012 às 00:12
O pai se quiser embirrar e não dar logo o nome ainda demora, porque isso é tudo tratado em tribunal! e só quando houver paternidade à a pensão de alimentos, mas tens de pensar que à outras coisas, tens o subsidio de maternidade social que é durante 4 meses após o nascimento do bebé, e tens o acréscimo do abono de familia no 1º ano de vida da criança e a majoração monoparental. Quando o subsidio de maternidade social acaba o bebé ja tem 4 meses, logo podes trabalhar, procura tambem a loja social da tua área de residencia onde te ajudam com roupas e talvez alimentos, mas não desistas de lutar pelo teu filho!
De Tata a 19 de Novembro de 2012 às 14:20
Olá! Só hoje li este post. Como segue a tua vida? precisas de ajuda? o meu mail é tsgtavares@gmail.com. Beijo grande

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