Quarta-feira, 21 de Julho de 2010

Adopção - 2 anos depois

Adopção na Etiópia

 

Há uns tempo escrevi aquiaqui o percurso de um casal amigo, que reside na Suiça, na tentativa de conseguirem ter um filho.

Foram dez anos de muita luta, muito sofrimento, muitos esforços gorados e muita desilusão. Foram dez anos de esperança que  iam acalentando por cada novo tratamento que experimentavam...tudo em vão.

Um dia já sem forças e com danos de saúde física e emocional, resolveram partir para a adopção. Fizeram-no primeiro em Portugal, mas dado os enormes entraves que lhes eram colocados, passaram para a adopção internacional.

Através de amigos ficaram a saber que na Etiópia o processo de adopção estava muito facilitado, era célere e o sistema funcionava muito bem.

No dia 23  de Agosto de 2008 receberam a primeira foto da M. com três meses. Aceitaram-na de imediato.

Viajaram até á Etiópia, comoveram-se com a precariedade das condições dos orfanatos, mas também com o enorme carinho e cuidados com que eram tratadas todas as crianças, apesar da falta de meios humanos e materiais.

A 22 de Novembro a M. passou a ter uma família. Fez em Junho dois anos e veio há dias passar com os pais um mês a Portugal.

Fiquei espantada com a maneira como se tem desenvolvido...pula, canta, fala umas quantas coisas em português e já vai dizendo outras em alemão. A mãe resolveu pô-la na escolinha alemã dois dias por semana, porque, pensa ela, que uma boa integração num país estrangeiro passa pela aprendizagem da língua, apesar disso não abdica da filha durante o resto da semana, para poder assistir ao crescimento da sua bebé e ao mesmo tempo não perder nenhuma das suas pequenas conquistas.

Esta é a prova que sempre que se está no caminho certo vale a pena lutar sem desistir dos objectivos para que um dia os sonhos se tornem realidade.

Nem sempre estive desperta para os problemas que têm os pais que querem um filho, mas vivi de perto toda a história e a pouco e pouco através deste blog fui-me apercebendo das dificuldades por que passam as pessoas que se candidatam a uma adopção e todo o processo burocrático a que estão sujeitas.

Neste mundo conturbado é bom saber que ainda se encontram pessoas de coragem, com um enorme altruísmo e de entrega total a uma causa nem sempre fácil.

 

 

"A força não provém de uma capacidade física e sim de uma vontade indomável." (Mahatma Gandhi)

Manu

Retirado do Blog Cantinho da Manu
publicado por Jorge Soares às 00:46
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2 comentários:
De C.E. a 22 de Julho de 2010 às 00:16
Olá Jorge
Somos os pais da M. e amigos da Manu. Temos sabido por ela todo o empenho que tem tido para que as pessoas interessadas na adopção possam ficar esclarecidas.
Temos pena de só ter conhecido este blog depois de passarmos tudo o que passámos, se tivesse sido antes , certamente tudo tinha sido mais fácil.
Permita-nos que deixe aqui o relato de momentos que aconteceram até conseguirmos adoptar a nossa bebé.
Tudo começou em 2002. Viemos a Portugal e fomos aos serviços sociais de Caldas da Rainha para sabermos o que devíamos fazer para adoptar.Não sabiam como emigrantes portugueses poderiam efectuar uma candidatura nacional e mandaram-nos escrever uma carta para Leiria a pedir informação. Assim fizemos. Recebemos a resposta passados 3 anos perguntando se podiam fechar o nosso dossier que era apenas e só a dita cuja carta.
Durante esses 3 anos contactámos várias instituições em Portugal (Viseu, Faro) e foi duma delas que nos disseram para contactar a Drª Graça Ribeiro dos Serviços Gerais de Adopção. Falámos inúmeras vezes ao telefone e enquanto íamos seguindo as instruções, foi feita a nossa avaliação na Suiça. Fomos visitados várias vezes por assistentes sociais, fomos a seminários em Zurique e reuniões aqui na nossa cidade. Depois do estudo feito mandámos traduzir e autenticar o dossier que foi enviado para Lisboa.
Fiquei a saber que só nos era permitido adoptar uma criança. e que só nos era permitido candidatarmo-nos á lista internacional, isso significava que todas as crianças disponíveis iriam em 1º lugar para a lista dos candidatos nacionais.
Foi-nos proposta inicialmente uma menina de 4 anos com síndrome alcoólico e problemas cardíacos. Imediatamente falámos com 3 médicos de diferentes especialidades para saber mais sobre a doença.
Quando nos candidatámos a única coisa que pedimos foi que não nos fosse dada uma criança que no futuro não pudesse ser independente, como não era o caso recusámos.
Mais tarde propuseram-nos 2 meninos de 7 e 9 anos, quando, segundo a avaliação Suiça só podíamos ter um.
E por último apareceram 3 irmãos. Desistimos, porque achámos que andavam a brincar connosco.
A nossa assistente social na Suiça informou-nos na altura que estavam a trabalhar muito bem com a Etiópia.
O resto já se sabe através do blog da Manu.
Lutámos para ter uma criança portuguesa pensando que deste modo poderia sentir-se menos desenraizada. Não foi possível...hoje acreditamos que a nossa M. nos foi destinada e estamos muito felizes os três.
Espero que a diferença que existe entre o tratamento que nos deram e o que vai escrevendo aqui, possa demonstrar-lhe que vale a pena continuar a escrever e a informar todos os que querem adoptar. Que falta nos fez este Blog!

Abraço
Edwin e Célia
De Clara a 25 de Junho de 2014 às 16:01
Olá Edwin e Célia,

Muitos parabéns pela adoção da M., pela família e nova vida que lhe puderam dar.

Quero adotar uma criança desde sempre, contudo sei também todos os entraves que arrastam no tempo este processo em Portugal. Haverá possibilidade de me indicar como o posso fazer na Etiópia? Que organização contatar, que critérios exigem, etc? Ficaria muito agradecida.

Parabéns também ao Jorge pelo Blog. Pessoas assim fazem a diferença :)

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