
Imagem retirada da internet
Ando há uns tempos a adiar o meu post mensal sobre a nossa espera, durante o verão a nossa esperança por um rápido desenrolar do nosso processo foi crescendo, as noticias eram animadoras.... até ao fim do verão... O verão passou, e nós esperamos. Esta semana a P. ligou para a segurança social de Setúbal, há um ano as perspectivas eram dois anos de espera, agora passou para três.. seria um balde de água fria... não fosse nós já estarmos habituados a este tipo de coisas.
Há pouco estava a ler este texto da Susana e fiquei a pensar, em como se matam os sonhos. Porque a verdade é que à medida que o tempo vai passando, o sonho vai morrendo... os sonhos não morrem????!!!!... mas pouco a pouco vamos deixando de acreditar.... vamos tendo menos capacidade para sonhar.
O caso da Susana é muito especifico, ela quer uma criança até um ano, e todos sabemos que há muito poucas crianças com essas características, mas nós queremos uma criança até à idade escolar, sem descriminação de raça e deixamos claro que poderíamos aceitar uma criança com alguns problemas de saúde....
Entretanto a raiva vai crescendo dentro de mim cada vez que sei de mais um caso de alguém que se inscreveu depois de nós e recebeu uma criança com as características que colocamos.... é uma raiva que vai crescendo devagarinho... é claro que todos estes casos são em Lisboa, mas será justo que as pessoas de Lisboa passem à frente de todo o resto do país?
Não me vou estender... só deixo aqui um comentário da mesma Susana
"Mais uma vez, ontem vi na SIC no novo programa da Fátima Lopes 2 mulheres que adoptaram crianças uma com 19 mêses e outra com 15 dias. Como é possivel adoptar uma criança com 15 dias? Então não nos dizem que até a criança ter o processo resolvido leva cerca de um ano? A Srª que adoptou a criança de 19 mêses esteve 4 anos à espera, a outra não sei porque não ouvi a reportagem desde o inicio. Ao ver estes testemunhos ainda me sinto mais revoltada e desmotivada."
Não há maneira absolutamente nenhuma de que alguém receba pela via legal, uma criança de 14 dias..... será que não há quem investigue estas coisas?
Porque
não vens agora, que te quero
E adias esta urgencia?
Prometes-me o futuro e eu desespero
O futuro é o disfarce da impotência....
Hoje, aqui, já, neste momento,
Ou nunca mais.
A sombra do alento é o desalento
O desejo o imite dos mortais.
Miguel Torga
Jorge Soares
Texto publicado inicialmente no Blog O que é o jantar?
Eu não diria tão bem, Jorge.
Por muito que desejemos um filho (e eu desejo-o há 19 anos) tudo o que vamos ouvindo e lendo acaba por matar esses nossos sonhos.
Ainda no domingo em conversa com umas amigas eu dizia que tenho que lutar pela via biológica porque pela adopção acho que nunca irei conseguir.
Só gostava de perceber como é que pessoas adoptam crianças tão pequenas e porque é que alguns casais passam à frente de outros quando os critérios de escolha são os mesmos são estas duvidas sem respostas de quem de direito que nos fazem desmotivar.
Susana
De zulmira a 14 de Janeiro de 2010 às 22:46
só recentemente comecei a ler estes textos, mas sou uma candidata a adoptar com alguns anos de experiência... afinal o que podemos fazer para exigir que alguém explique as peripécias da lista nacional (ou da falta dela), as longas esperas mesmo por crianças mais velhas, será que temos direito a entender como é gerida a entrega de crianças em Portugal?
penso que temos de nos unir e lutar contra esta vergonha que se passa na seg. social porque merecemos respeito.
De
RosaLino a 29 de Outubro de 2009 às 14:11
Como diz o grande escritor português Miguel Torga
“ O que é bonito neste mundo, e anima, é ver que na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura. E que a doçura que não se prova se transfigura noutra doçura muito mais pura e muito mais nova”
E mais “o sonho comanda a vida” já dizia António Gedeão. Temos de ser fortes e enfrentar as tempestades da vida, sermos valentes para podermos continuar a lutar por aquilo que mais queremos…um ser belo e pequenino a quem muito vamos amar e dar de coração todo o carinho do mundo. Por isso digo amigos nunca desistis de amar e de procurar o vosso filho.
Não poderíamos estar mais de acordo com estas palavras e nelas nos revemos, apesar de todas as dificuldades e adversidades os nossos sonhos continuam, por esse motivo decidimos partilhar as nossas experiências através do nosso Blog:. http://meufilhodocoracao.blogspot.com/
RosaLino
De Susana a 27 de Abril de 2010 às 11:32
Olá a todos,
estou a pensar em adoptar, e o meu unico medo é esse, os tempos de espera.... que considero ridiculos, inapropriados e crueis, não só para nós que queremos adoptar, mas acima de tudo para as crianças que estão à espera para serem adoptadas... Será que não percebem que tudo esse tempo de espera é completamente desnecessário e penoso para as crianças que só querem ter alguem que as ame e cuide delas???
De Anónimo a 18 de Setembro de 2010 às 17:54
Comentário apagado.
Paula, elas colocaram essa informação por escrito? qualquer decisão da equipa de adopção já seja a aprovação ou a rejeição como candidatos tem que ser colocada por escrito.
Eu sugiro que marque peça uma reunião com a coordenadora da adopção do seu distrito e que se possível apareça na reunião com um advogado, a presença de alguém que conhece a lei tem sempre um efeito fantástico nas assistentes sociais.
As decisões das equipas de adopção são sempre passiveis de recurso, este recurso é para os tribunais e nos poucos casos que conheço, normalmente os candidatos ganham o processo.
É evidente que o facto de quererem adoptar porque não conseguiram terem filhos biológicos não é motivo para não serem aprovados como candidatos, porque nesse caso, teriam que rejeitar 95% dos candidatos.
Já agora, isso é em que distrito?
Jorge Soares
Está aqui o link para um blog sobre a adopção, em que gostariamos que visitasse e desse a sua opinião
http://adoptarsemproblemas.blog.com/
De ana a 20 de Junho de 2011 às 19:41
olá, já acompanho o blog á muito tempo sem nunca comentar.
Somos candidatos a adoção desde 2008,criança caucasiana até 9 anos, sem problemas cognitivos que afectassem o desenvolvimento.
Todo o processo andou um bocadinho após cada chamada para a S.S. e várias responsáveis pelo processo, até que em Outubro de 2010 nos deram a conhecer o A, no primeiro encontro deu logo para perceber que o que tinhamos lido no relatorio da instituição P.A. onde se encontrava, era completamente falso.
Mesmo assim insistimos na continuidade do processo e, conhecemos melhor o A (talvez melhor que a instituição que o abrigava à mais de 3 anos)... um menino carente, inteligente e com o qual nunca tinha sido feito um trabalho de preparação para adoção. Um menino que achava que se fosse para casa de alguém a mãe não saberia onde encontrá-lo (a mesma que lhe telefonou a dizer que o amava e o iria buscar após ter sido institucionalizado mas, nunca quis saber dele ou dos outros cinco irmãos).
Com tudo isto passaram-se 4 semanas em que "brincamos a vamos ser pais", em que aceitamos e engolimos tudo do CAT na tentativa de fazer algo
(não sei se pelo A se por nós).
Entretanto a SS resolveu o problema com a análise de uma psicologa que considerou o A como não apto para adoção (só estranhamos que o CAT que tem uma psicologa a tempo inteiro não tenha dado por isso).
Também ficamos a perceber que centros de acolhimento temporário podem funcionar com : 1 directora, 1 psicologa, várias funcionarias, 1 animadora cultural e nenhuma EDUCADORA DE INFANCIA... que o que nos foi dado a conhecer da instituição, foi a porta, a sala da directora e
o despejo de uma fossa septica com crianças presentes no pátio e nenhum adulto a vigiar.
Dias depois da decisão da instituição e da SS acerca do processo do A, houve uma fuga de crianças do P.A. (talvez por causa da greve geral tenham resolvido jantar fora) uma delas era o A.
Entretanto fomos contatados pela S.S. para esclarecimentos e apuramento do pretenderíamos fazer após o sucedido.
Foi-nos comunicado que o A iria ter acompanhamento psicologico particular, financiado pela SS, para avaliar a sua situação e que isso poderia demorar muito tempo.
A nossa decisão foi que partiriamos para outra criança, se nos deixassem a hipotese do A caso ele mudasse de ideias, uma vez que dois filhos foi algo que sempre desejamos.
A partir dai ficou novamente a espera, desta vez mais dolorosa.
Independentemente do que digamos, todos os que passamos por um processo de adoção fazemo-lo porque queremos ser pais... no nosso caso passamos
por 3 interrupções involuntarias num casamento de 24 anos, o A foi a perspectiva com rosto, mexeu com muita coisa que eu pensava ter esquecido.
Em maio telefonaram da SS para nos visitarem. creio que após o sucedido quiseram verificar a nossa sanidade mental, não nos deixando de lembrar que os anos passam e seria melhor termos uma postura mais... (indirectamente chamaram-nos velhos) pois, quando iniciamos o processo eu tinha 41 anos e o meu marido 43 agora, temos 45 e 47 anos.
O tempo passa depressa e creio que ao longo de mais de tres anos muitas crianças de 9 anos terão passado por instituições sem serem adotadas.
Costumava dizer: existe por aí alguem que é meu filho só que nunca nos cruzamos...
hoje afirmo: existe por aí alguém que seria meu filho se o deixassem ser
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